Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2015
A economia brasileira começou a encolher no segundo trimestre de 2014, embora os efeitos cotidianos da recessão, como o desemprego, só tenham ficado mais evidentes em 2015. Com os números do trimestre passado, divulgados nessa terça-feira, o PIB (Produto Interno Bruto) acumula queda de 5,8% em um ano e meio.
A recessão atual é a maior desde o lançamento do Plano Real em 1994. Até o fim do ano, se tornará muito intensa, ultrapassando a retração de 6% na virada de 2008 para 2009. O País só viu dados piores em horas de choques econômicos. Na virada da década de 1980 para à de 1990, houve encolhimento de 7,7% ao longo de 11 trimestres, em uma fase na qual a inflação chegou a 80% mensais, e o Plano Collor confiscou o dinheiro dos depósitos bancários.
Entre as principais economias globais, o fiasco nacional só é superado por Rússia e Ucrânia, envolvidas em conflitos armados, e pela Venezuela, que vive o colapso do chavismo. Não há nada de tão espetacular, entretanto, na recessão doméstica em curso: trata-se de um processo construído no primeiro mandato da presidenta da República, Dilma Rousseff.
A escalada gastadora e intervencionista do governo alimentou a inflação, a dívida pública e as incertezas de consumidores e empresários, que frearam compras e cortaram investimentos. Quando a administração petista decidiu ajustar as contas após a reeleição, a arrecadação havia despencado, os juros subiram e o apoio do Congresso desapareceu. Nos últimos meses, as causas da recessão permaneceram inalteradas ou até se agravaram. (Folhapress)