Muitas histórias: o prédio histórico completa 95 anos em 2016. (Foto: Ricardo André Frantz/reprodução)
Gasparotto
A comemoração dos 95 anos do Palácio Piratini teve audição da OSPA e a abertura da Exposição Comemorativa na tarde de ontem, quando receberam Maria Helena Sartori e o governador José Ivo Sartori no Salão Negrinho do Pastoreio.
Relembro o livro com a participação de Luiz Antonio de Assis Brasil, Günter Weimer e minha nos textos acompanhados das fotos de Luiz Eduardo Achuti, com a coordenação de projeto feita por Elias da Rosa. A edição contou com Marília Ryff Moreira Vianna e Caco Schmitt, e o resultado continua sendo elogiado pela qualidade.
No meu texto, entre outros fatos incomuns, relato a visita do coronel Valzumiro Dutra, poderoso líder político de Palmeira das Missões e de importante atuação no governo Borges de Medeiros, ao Piratini. Logo ao chegar, cumprimentou o governador Borges de Medeiros, que respondeu à saudação com semblante fechado e acrescentando: “Coronel, não gostei das últimas mortes!”. Teve pronta pronta resposta do inteligente e rápido visitante: “Então, doutor Borges, é bom sinal. O senhor gostou das primeiras.”
Borges retrucou: “Coronel, no exercício do direito, eu só temo a Deus.” Valzumiro, que era ateu, replicou: “Então, governador, eu nem a Deus temo, porque não creio.” O diálogo simboliza o gaúcho de então – ou de todos os tempos -, que não se acovarda, porque tem a nobreza rude, que não se deixa abater, intimidar ou atemorizar pela imponência do ambiente e de suas circunstâncias. Voltarei a este relato contando fatos relacionados à sede do nosso governo, que teve importante participação na revolução de 1930 e na Legalidade de Leonel de Moura Brizola.
Capa do livro sobre o Palácio Piratini lançado em 2007. (Foto: reprodução)