Colunistas PMDB governista escalado para neutralizar impeachment

PMDB será decisivo para conter os movimentos do deputado Eduardo Cunha. (Foto: André Coelho/AG)

Alguns dos deputados federais gaúchos que começaram a embarcar desde ontem para Brasília sinalizaram para esta coluna que esperam para esta terça-feira o momento decisivo do embate político que coloca de um lado a presidente Dilma Rousseff e, de outro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A semana inicia com muita tensão política. A perspectiva de que Cunha crie um jogo de cena, rejeitando e mandando arquivar os pedidos subscritos pelo jurista Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, e obrigando com isso a oposição a recorrer. Como a votação do recurso ocorre em plenário, isso poderá escancarar a exata dimensão do tamanho da insatisfação e da falta de apoio da presidente na Câmara dos Deputados, onde é previsível que o bloco de insatisfeitos alcance os 257 votos necessários para a admissibilidade do processo de impedimento. A partir daí, o cenário seria de instabilidade.

O voto dos peemedebistas

Contemplado com uma posição privilegiada na nova distribuição de cargos de primeiro escalão, o PMDB será decisivo para conter os movimentos do deputado Eduardo Cunha. Nessa estratégia, o papel do ministro gaúcho Eliseu Padilha, da Aviação Civil, cresce de importância. O governo confia na sua capacidade para acalmar bolsões de insatisfeitos dentro da bancada do PMDB. O problema maior, percebido no diálogo com vários deputados federais gaúchos, é que a insatisfação não se restringe ao PMDB. Alcança a deputados dos demais partidos, incluindo, em alguns casos, o próprio PT.

Dança de cargos nos Correios

Prestes a perder os cargos que detém na estrutura do antigo Ministério do Trabalho e Emprego, que serão indicados pelo novo ministro ligado ao Partido dos Trabalhadores, o PDT começa a mapear os cargos de confiança nos Correios. A empresa é subordinada ao novo ministro das Comunicações, o deputado federal André Figueiredo, que vai indicar seu presidente e as principais diretorias entre nomes sugeridos pelo PDT. Nos Estados, a dificuldade do partido está em indicar muitos dos cargos de confiança, que só podem ser ocupados por servidores do quadro de carreira dos Correios.

Projeto que reduz RPVs pode ir à votação

O líder do governo na Assembleia gaúcha, Alexandre Postal, vai tentar colocar em votação hoje o projeto de lei que reduz o limite de pagamentos das RPVs (requisições de pequeno valor) cujo teto hoje é de 40 salários (R$ 31,5 mil). A proposta defendida pelo governo prevê a redução para sete salários mínimos (R$ 5,5 mil). Dentro dos deputados que integram a chamada base aliada, existe uma proposta alternativa que altera o limite para dez salários (R$ 7,8 mil). O governo pretende, com essa proposta, acabar com a imprevisibilidade, na medida em que não há como calcular o valor sacado diretamente das suas contas para estes pagamentos, determinados por decisões judiciais.

Problemas na logística

Preocupado, o secretário dos Transportes Pedro Westphalen (PP) promoveu um encontro ontem com os comandos da EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) e do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) para avaliar as providências mais urgentes nos estragos das estradas gaúchas, que se ampliaram com a chuva intensa dos últimos dias. Até sábado, o governo deve iniciar o reparo de casos urgentes, como a ERS-115 que liga Gramado a Três Coroas e aos acessos a Porto Alegre, a ERS-287, em Santa Maria, e a ERS-149, que isola Nova Palma e os municípios da Quarta Colônia. Sem recursos, o governo estadual fará pressões em Brasília em busca de apoio. Independente do resultado destes pedidos, Westphalen obteve apoio para o inicio imediato destas obras de emergência.

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