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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2017
Do total de 1,5 milhão de reais entregue a um primo de Aécio Neves, a PF (Polícia Federal) localizou 480 mil reais com Menderson Souza Lima, assessor de Zezé Perrela, destinatário final do valor. Ainda falta localizar 1,020 milhão de reais, segundo informações divulgadas pelos colunistas Andreza Matais e Marcelo de Moraes, do jornal O Estado de S. Paulo.
A PF filmou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, recebendo 1,5 milhão de reais de um total de 2 milhões de reais solicitados pelo senador para os donos da JBS. A entrega ocorreu em 28 de abril. Em nota, a defesa de Aécio diz que ele recebeu legalmente empréstimo de empresário.
O diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS/Friboi, Ricardo Saud, relatou ao Ministério Público Federal que o primo de Aécio Neves levou de táxi 500 mil reais de propina supostamente destinada ao tucano da sede da empresa, em São Paulo, até Belo Horizonte. Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, foi preso na quinta-feira (18), no âmbito da Operação Patmos, desdobramento da Lava-Jato.
“Entregamos R$ 500 mil para o Fred, tudo em dinheiro vivo, em notas de R$ 100. Ele pegou o táxi e voltou para Belo Horizonte”, afirmou Saud, um dos sete delatores da JBS a fechar acordo de delação premiada com a Procuradoria. Segundo ele, o pagamento foi feito no dia 5 de abril deste ano em sua sala, no terceiro andar do prédio-sede da JBS em São Paulo, na Marginal Tietê, na Vila Jaguara, na Zona Oeste da capital paulista.
Foi Saud quem disse aos procuradores que a JBS pagou cerca de R$ 80 milhões a Aécio na campanha presidencial de 2014, na qual ele foi derrotado pela ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com o delator, o tucano ‘continuou pedindo dinheiro’ após as eleições e um dos donos da JBS, Joesley Batista, ‘corria dele’. Diante da insistência de Aécio, ainda segundo Saud, Joesleu aceitou pagar R$ 2 milhões que o senador afastado havia solicitado alegando que precisava pagar dois advogados.