Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de março de 2017
O diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos) Heitor Lopes de Sousa Junior e o subsecretário de Turismo do Estado e ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso, foram presos na manhã desta terça-feira (14) em um desdobramento da Operação Lava-Jato que investiga corrupção e pagamento de propina em contratos da linha 4 do Metrô.
Os agentes também cumpriram sete mandados de condução coercitiva – um deles contra a companheira de Luiz Carlos Velloso, Renata Loureiro Borges Monteiro. Em depoimento, executivos da Carioca Engenharia indicaram que o esquema de corrupção que existia na Secretaria Estadual de Obras do Rio, com a cobrança de propina das empreiteiras envolvidas em contratos bilionários de obras civis, também se repetia na Secretaria de Transportes. Heitor era sócio de duas empresas que prestavam serviço para a construção da Linha 4 do Metrô.
A prisão preventiva do diretor da Rio Trilhos foi pedida, segundo os promotores, para evitar uma possível fuga. De acordo com a investigação, Heitor e a mulher estavam dando entrada em um pedido de cidadania portuguesa. Os procuradores também pediram o bloqueio de bens de R$ 36 milhões de Heitor e de R$ 12 milhões de Velloso. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, determinou o bloqueio de R$ 220 milhões de sete pessoas e três empresas.
Ainda de acordo com as investigações, de 2010 a 2013, Heitor recebeu propina no valor de R$ 5,4 milhões de duas empresas. Ao todo, foram 31 transferências de recursos. As empresas que pagaram foram a CBPO Engenharia, do grupo Odebrecht, e MClink Engenharia, que atuou no trecho oeste da linha 4 do Metrô.
As investigações da Lava-Jato no Rio de Janeiro já levaram à prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), em novembro do ano passado. Ele foi preso na Operação Calicute, que descobriu o esquema de cobrança de propina em obras durante a sua gestão.(AG)