Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2015
Os senadores Fernando Collor de Melo (PTB-AL) – ex-presidente da República –, Ciro Nogueira (PP-PI) – presidente nacional do PP – e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), além do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e do ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA), são alvos de nova fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta terça-feira (14). A PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de Collor em Brasília e em Alagoas. Os policiais também foram à TV Gazeta, que pertence à família do ex-presidente.
Ele foi apontado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Collor também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça. O empreiteiro afirma ter pago 20 milhões de reais a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora e 2 milhões de reais a Nogueira. Os policiais também estiveram na distribuidora da Petrobras, no Rio, atrás de documentos que possam ligar a empresa a casos de corrupção delatados por Youssef e outros presos da Lava-Jato.
Ao todo, a PF cumpriu nesta terça-feira 53 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (12), na Bahia (11), em Pernambuco (8), em Alagoas (7), em Santa Catarina (5), no Rio (5) e em São Paulo (5), expedidos pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava-Jato.
As buscas ocorrem nas residências dos investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. Esta fase da operação foi batizada de Politeia e refere-se aos inquéritos que correm no STF e envolvem suspeitos com foro privilegiado. Em nota divulgada nesta terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a ação tem como objetivo garantir a apreensão de bens adquiridos com supostas práticas criminosas.
Responsável pela defesa do presidente do PP, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, classificou de “abusiva” a busca e apreensão de documentos na casa do cliente dele. “O senador já falou, colocou à disposição da polícia o sigilo telefônico, bancário e fiscal. Vivemos uma época em que medidas invasivas se tornaram regra, não exceção. Ele já prestou depoimento”, ressaltou Kakay. (Folhapress)