Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2015
Cerca de 70 policiais federais cumpriram, na manhã desta quinta-feira (13), um mandado de prisão e dez de busca e apreensão em Porto Alegre, São Paulo, Brasília e Curitiba (PR), na 18ª fase da Operação Lava-Jato. Batizada de Pixuleco II, esta etapa da ação investiga desvios de 52 milhões de reais de contratos relacionados ao Ministério do Planejamento, segundo a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal). O advogado e ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Oliveira Correa Romano foi preso no aeroporto de Congonhas, na capital paulista.
Empresas do Grupo Consist Software, que assinaram, sem licitação, contratos com o ministério, faziam repasses a operadores do esquema. Parte desses recursos foram arrecadados por Romano e outra parte por Milton Pascowitch, que já estava preso e assinou acordo de delação premiada. O Consist fazia a gestão do software para empréstimos consignados para servidores federais. Além de receber pelo serviço, o grupo ganhava uma taxa de administração para cada empréstimo feito.
Mais de 20% dos 52 milhões de reais desviados foram repassados, entre os anos de 2011 e 2014, à empresa de Jamp Engenheiros, de Pascowitch, e posteriormente destinados a João Vaccari Neto, que então ocupava o cargo de tesoureiro do PT, segundo as investigações. O restante dos valores foi transferido a empresas indicadas por Romano, como empresas de fachada, consultorias e escritórios de advocacia.
“O esquema de corrupção é grande, sistemático e deve ser combatido de forma veemente”, afirmou o procurador Roberson Pozzobon. Segundo ele, operadores mostraram “audácia” ao continuar desviando dinheiro mesmo com as investigações em andamento.