Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2016
Nesta sexta-feira (25), a PF (Polícia Federal) fez uma operação em duas joalherias do Rio de Janeiro para investigar a origem das joias apreendidas nas casas do ex-governador Sérgio Cabral. Em uma das joalherias os agentes encontraram, segundo fontes da Polícia Federal, registros de compras no valor de mais de R$ 4 milhões em nome do motorista do ex-governador.
Os policiais conversaram com funcionários e recolheram documentos, notas fiscais e imagens dos circuitos internos das lojas. A PF divulgou também fotos de obras de arte e objetos de luxo apreendidos nas casas de Sérgio Cabral, no Rio e em Mangaratiba. São esculturas religiosas, painéis, prataria e dois quadros do pintor Romero Britto. Há suspeitas de que os objetos foram comprados com recursos ilícitos, para lavagem de dinheiro.
Em depoimento, Sérgio Cabral disse que as obras podem ter sido compradas por sua mulher, Adriana Ancelmo, ou foram presentes. Quanto a notas fiscais, ele disse que não administra esses documentos e que alguns deles podem estar em uma das casas da família.
A Justiça determinou nesta sexta-feira o bloqueio de mais de um bilhão em bens do ex-governador e de outros cinco suspeitos, além da fabricante de pneus Michelin. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Os promotores acreditam que a Michelin foi beneficiada em mais de R$ 1 bilhão em isenção de impostos para abrir uma fábrica em Resende, no sul do estado.
A juíza Neusa de Alvarenga Leite concluiu que a medida, com violação de preceitos legais e constitucionais, certamente contribuiu para a crise financeira do estado do Rio de Janeiro. A Michelin afirmou que sempre atuou com ética e transparência e que se enquadra nos requisitos necessários para ter direito ao incentivo fiscal. A defesa de Sérgio Cabral não retornou as nossas ligações.
Ainda nesta sexta-feira, o Tribunal de Contas do Estado demitiu a tia da esposa de Cabral, do cargo de auxiliar de secretaria. Fanny Maia trabalhava lá desde outubro de 2015, com um salário de R$ 10.188. Ela foi demitida após a divulgação das escutas telefônicas. Na escuta, Fanny comenta com o marido que Sérgio Cabral já sabia que ia ser preso. O Tribunal de Contas alegou quebra de confiança. Não conseguimos contato com a defesa de Fanny Maia.