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Brasil A Polícia Federal pediu mais 90 dias de investigações na operação na Universidade Federal de Santa Catarina, marcada pelo suicídio do reitor

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A direção da UFSC informou que ainda não foi notificada oficialmente do relatório da PF nem do indiciamento. (Foto: UFSC/Divulgação)

Após quatro meses da deflagração da Operação Ouvidos Moucos na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o inquérito da PF (Polícia Federal) que apura supostos desvios de recursos em dois cursos da Educação a Distância do programa Universidade Aberta do Brasil está longe de um desfecho. Após 120 dias, ninguém foi indiciado, e agora mais 90 dias foram pedidos pela Polícia Federal para continuar a investigação.

O caso ganhou maior notoriedade após o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Preso na ação e impedido de retornar à universidade, ele, alegando inocência, se jogou do sétimo andar de um shopping em Florianópolis, 18 dias após ser levado pela PF. Outros seis professores, também detidos sob acusação de envolvimento no esquema, seguem proibidos pela Justiça de voltar às suas funções na instituição.

Sob a sombra da morte do reitor, o inquérito já reúne mais de 3 mil páginas, incluindo depoimentos e documentos apreendidos na universidade. A delegada federal Erika Marena, que liderou um batalhão de mais de uma centena de policiais na ação no dia 14 de setembro, será transferida para Sergipe.

Atualmente, uma equipe da PF, com ajuda de cinco funcionários da CGU (Controladoria-Geral da União), analisa dados da movimentação contábil.

De acordo com as primeiras informações da PF, os desvios suspeitos seriam de R$ 80 milhões e teriam ocorrido no pagamento de bolsas e nas verbas de custeio para despesas para cursos de Física e Administração no programa Universidade Aberta. Os seis professores detidos teriam participado do esquema, enquanto Cancellier teria atuado para obstruir a investigação interna da corregedoria da universidade.

Aliados de Cancellier na UFSC contestam a investigação. Dizem que os valores sob suspeição não ultrapassariam R$ 500 mil e negam que o reitor soubesse dos supostos desvios e atuado para impedir os esclarecimentos. A denúncia teria partido do corregedor Rodolfo Hickel do Prado, nomeado para o cargo pela ex-reitora Roselane Neckel, adversária de Cancellier.

“Não negamos que possa ter havido irregularidades. É preciso apurar. Assim que o reitor soube das denúncias, tentou tomar ciência dos fatos e foi impedido. Ele foi preso sem saber o que estava acontecendo”, diz o professor Gelson Luiz Albuquerque, assessor especial da reitoria.

Superintendente da CGU em Santa Catarina, Orlando Vieira de Castro Junior afirma que as investigações mostram que os desvios eram recorrentes e pulverizados:

“Não sei te dizer se o reitor concordava ou mandava fazer isso (desviar). Mas que ele sabia, ele sabia.”

Tratamento psicológico

Quando se jogou do sétimo andar de um shopping, o reitor Luiz Carlos Cancellier carregava no bolso um bilhete: “A minha morte foi decretada quando fui banido da universidade!!!”. Outros personagens da trama que se passa dentro do campus da UFSC também tiveram seus destinos modificados após a Operação Ouvidos Moucos. Os seis professores presos no dia 14 de setembro continuam proibidos de ingressar na universidade. Reclusos, têm evitado circular pela cidade, encontrar colegas e alunos. A maioria, segundo suas defesas, faz tratamentos psiquiátricos e psicológicos. Eles evitam os telefonemas e se recusam a dar entrevistas.

Apontado como desafeto do reitor Cancellier, o corregedor da UFSC, Rodolfo Hickel do Prado, responsável pela denúncia dos supostos desvios, também não frequenta mais a universidade. Em novembro, ele foi afastado por 60 dias por licença médica. Ele deveria ter voltado no dia 5 de janeiro, mas pediu férias e adiou o retorno para o início de fevereiro.

Após denúncia de professores da universidade, o próprio corregedor se tornou alvo de uma sindicância da CGU. O órgão apura sua atuação em casos de perseguição a professores e busca saber os motivos de sua licença médica.

Eleição

Hickel ainda pode enfrentar um processo na área cível. Familiares do reitor morto estudam responsabilizar judicialmente o corregedor e até mesmo a própria delegada.

Com a morte de Cancellier, a UFSC se prepara para eleger em março o seu novo reitor. Três nomes se colocaram na disputa, incluindo o professor Ubaldo Balthazar, que assumiu a reitoria. Os outros dois nomes foram adversários de Cancellier na disputa anterior.

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