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Brasil Por causa de falas de Bolsonaro, um partido alemão pediu que Angela Merkel retire o status de parceiro do Brasil

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Merkel afirmou que, até o momento, país não é sustentável. (Foto: Moritz Hager/World Economic Forum/Fotos Públicas)

Posições de Bolsonaro sobre direitos humanos criam debate na Europa e geram pressões por parte de grupos de esquerda. O governo de Angela Merkel é cobrado por grupos de esquerda para que retire do Brasil o status de parceiro estratégico que tem com a Alemanha. A informação foi dada por membros do partido Die Linke, de esquerda. O motivo: as posições controversas do presidente Jair Bolsonaro sobre direitos humanos.

“Pedimos ao governo federal da Alemanha que mande uma mensagem clara e que cumpra suas responsabilidades em termos de direitos humanos, suspendendo, por exemplo, a parceria estratégica com o Brasil”, declararam Katja Kipping e Bernd Riexinger, ambos do partido.

A relação estratégica entre os dois países foi estabelecida em 2002. Em 2015, novas iniciativas foram criadas entre Merkel e Brasília, reforçando essa parceria. Para os deputados do partido Die Linke, além das declarações em relação a ativistas, foi a ordem de Bolsonaro de comemorar o golpe de 1964 o ponto que exigiu uma ação. Chamando o presidente brasileiro de “fascista”, o partido alertou que o “engajamento político hoje no Brasil pode colocar a vida em risco”.

“Bolsonaro ameaça limpar os esquerdistas e, ao comemorar a ditadura, ele comemora assassinos e torturadores”, declararam. “Isso é tão nojento e desumano que é quase impossível encontrar palavras”, atacaram, apontando que o partido permanece solidário com as “forças progressistas, indígenas, LGBT” e outras minorias.

Com 69 assentos no Parlamento alemão, o partido tem uma representação menor que o CDU de Merkel, com 246 parlamentares eleitos e inferior aos 153 assentos do Partido Social-Democrata. Consultados, membros do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha admitem o “mal-estar” causado pelas declarações de Bolsonaro. Mas, com o objetivo de defender os interesses das empresas alemãs no Brasil, por enquanto nenhuma medida radical deve ser adotada.

Ainda em 2018, a então presidente do Grupo Parlamentar Teuto-Brasileiro no Bundestag (Parlamento alemão), a deputada Yasmin Fahimi, alertou que não haveria condições de manter a parceria estratégica com o Brasil se Bolsonaro fosse eleito. Mas, com exportações de mais de US$ 9 bilhões ao Brasil em 2017 e investimentos bilionários acumulados, os cálculos de Berlim são de que qualquer atrito neste momento permitia que contratos lucrativos caíssem rapidamente nas mãos de empresas dos EUA, apontado como o parceiro estratégico de Bolsonaro.

Hoje, cerca de 1.600 empresas alemãs no Brasil respondem por 8% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial brasileiro. No Partido Social-Democrata que faz parte da coalizão de Merkel no governo, a palavra “mal-estar” também é usada por alguns de seus membros para explicar a relação com o Brasil. Merkel, antes mesmo de o governo iniciar, já havia alertado em 2018 que a chegada ao poder de Bolsonaro poderia dificultar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

Mas, segundo fontes em Berlim, a diplomacia alemã não pretende romper com Bolsonaro e busca um equilíbrio entre preservar seus interesses e defender posições sobre direitos humanos. O equilíbrio entre os interesses comerciais e a defesa dos direitos humanos também é um debate dentro do governo francês de Emmanuel Macron. Desde o ano passado, Paris passou a ver o governo Bolsonaro com um certo desconforto.

Em uma nota emitida depois das eleições, o governo Macron deixou claro que a parceria entre os dois países gira em torno dos “valores comuns de respeito e promoção de princípios democráticos” e que seria com base nisso que Paris manteria a cooperação com o Brasil.

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