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Mundo Por que as eleições francesas podem ser fundamentais para o futuro da Europa (e do mundo)

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Quatro candidatos têm chances de ir para o segundo turno, em maio, em uma disputa que é a mais acirrada das últimas décadas. (Foto: Reprodução)

Quase 47 milhões de eleitores franceses devem ir às urnas neste domingo, no primeiro turno das eleições presidenciais que são consideradas cruciais para o futuro da UE (União Europeia).

Com vários candidatos antieuropeus, que prometem a saída da França do bloco, e inúmeros outros que defendem mudanças profundas, a votação poderá resultar no enfraquecimento ou até mesmo no fim da UE e da zona do euro.

O tema teve destaque na campanha em meio à discussão sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da UE. A crise migratória no continente também levanta debates sobre a proteção das fronteiras.

A decisão do pleito é importante para os rumos da Europa porque a França, juntamente com a Alemanha, é um dos países fundadores da UE e chamada de “locomotiva” da construção do bloco.

Quatro candidatos têm chances de ir para o segundo turno, em maio, em uma disputa que é a mais acirrada das últimas décadas. Nas pesquisas divulgadas na última sexta-feira, data de encerramento da campanha, há um empate técnico entre o centrista Emmanuel Macron, com 23% a 24,5% das intenções de votos, com Marine Le Pen, da Frente Nacional, de extrema direita, com 22% a 23%.

O conservador François Fillon, de Os Republicanos, e o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, da extrema esquerda, disputam o terceiro lugar, também em empate técnico, com 19% dos votos. Uma das pesquisas, do instituto OpinionWay, aponta Fillon muito próximo de Le Pen, com 21%.

Mas o número de indecisos permanece elevado: quase 30%. A taxa de abstenção, antes apontada como um possível recorde, é estimada agora, nas últimas pesquisas, em torno de 27% e permanece alta.

Todos os 11 candidatos concordam com a necessidade de transformar a UE. Mas propõem soluções totalmente distintas.

Alguns defendem a saída da França da UE e da zona do euro, enquanto outros querem renegociar acordos para dar mais soberania aos membros do bloco ou criar uma Europa menos liberal e dar fim à concorrência considerada selvagem dos países do Leste Europeu e de outros países, como a China.

Entenda a seguir o posicionamento dos principais nomes na disputa.

Emmanuel Macron

O centrista – do movimento Em Movimento!, criado por ele há um ano – é considerado o mais pró-europeu. Aos 39 anos, o ex-ministro da Economia do presidente François Hollande e favorito na disputa presidencial, foi um dos primeiros candidatos (e um dos raros) a ter ido a Bruxelas, sede das instituições europeias.

“Eu falo sobre a Europa e defendo o projeto europeu. Há alguns anos, dizer isso seria um clichê. Hoje, é quase uma provocação”, afirmou Macron, que é favorável a uma maior integração da zona do euro, com orçamento comum e um ministro da Economia para o grupo. Ele ficaria sob o controle de um parlamento da zona do euro, que reuniria parlamentares do bloco.

O candidato diz querer modernizar a Europa e prevê uma harmonização social (salário mínimo, direitos trabalhistas, seguro-saúde) e fiscal para empresas, também defendida por alguns de seus concorrentes. Os impostos de empresas e direitos dos trabalhadores variam bastante entre os países europeus, o que encoraja a transferência de companhias entre eles e provoca inúmeras críticas sobre os efeitos perversos da globalização.

François Fillon

O conservador Fillon votou contra o tratado de Maastricht (que define os pilares da UE) nos anos 1990 e quer “renovar totalmente” o bloco. O candidato de Os Republicanos defende mais poder para os chefes de Estado, reduzindo o peso da Comissão Europeia, o órgão Executivo do bloco, que ele chama de “tecnocrata”.

Ao mesmo tempo, Fillon prevê reorganizar a zona Schengen para lutar contra a imigração ilegal e dotar a Europa de “um verdadeiro governo econômico” e de uma União da Defesa, pilotada pela França e pela Alemanha.

Benoît Hamon

O socialista Hamon, que representa a ala mais à esquerda do PS, com apenas 8% das intenções de voto, quer o fim da política de austeridade definida pela Comissão Europeia, com uma moratória do pacto de estabilidade (que fixa o déficit em até 3% do PIB) até a obtenção de um novo acordo.

Marine Le Pen

Marine Le Pen julga a Europa responsável por todos os problemas da economia francesa, sobretudo o desemprego, que está na faixa dos 10%, e promete o “Frexit” e a volta do franco francês. Pesquisas indicam, no entanto, que 72% dos franceses são contra a saída do país da zona do euro.

Le Pen diz que se vencer as eleições iniciará negociações para que a França volte a ter soberania orçamentária, territorial, legislativa e monetária. Ela também prevê a saída da França da zona Schengen, de livre circulação de pessoas. Representantes de instituições europeias, que teriam preferência por Macron, veem com apreensão a eventual vitória da candidata.

Le Pen disputa sua segunda eleição presidencial e atrai boa parte do eleitorado operário. (BBC)

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