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Saúde “Precisamos que mais homens apoiem o feminismo”, diz treinador antimachismo

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“A questão não é ensinar as mulheres a se protegerem. É acabar com a cultura que ensina os homens a abusá-las”, diz Jackson Katz. (Crédito: Reprodução)

Quando estava na faculdade, nos Estados Unidos, Jackson Katz fazia parte do time de futebol americano. Foi lá que ele aprendeu que um “homem de verdade” precisava ser “forte”, “durão” e “macho”.

Mas por não concordar com esse pensamento – e por entender que o número crescente de casos de abuso e violência sexual contra mulheres nas universidades americanas estava diretamente ligado a ele –, Katz decidiu formar um grupo de homens universitários para combater essa cultura. E o nome escolhido para o grupo foi “Homem de Verdade”.

Os anos se passaram e, depois de formado, Katz foi se aprofundando nos estudos sobre essa questão até criar um treinamento para combater o machismo e a violência contra a mulher no ambiente universitário. Foi assim que surgiu, em 1993, o “MVP” – Mentors in Violence Prevention (Mentores na Prevenção da Violência, na tradução livre) –, programa aplicado em equipes esportivas e instituições universitárias para ensinar os homens a serem lideres proativos contra o sexismo.

O programa – que hoje tem como público-alvo tanto homens quanto mulheres – fez sucesso e já foi expandido para outras instituições universitárias e até para forças armadas dos Estados Unidos, Alemanha, Iraque e Japão, entre outros.

O método do treinamento é focado em dois objetivos: primeiro em conscientizar as pessoas sobre os males do sexismo, depois em inspirar uma mudança de comportamento delas baseada na “abordagem do espectador”.

Cultura machista.

Katz começou o ativismo para combater a “cultura machista” ainda na década de 1980 e hoje coleciona inúmeras palestras em mais de 30 países – incluindo sua fala no TED, conferência de projetos e ideias inovadoras, que já teve mais de 1,2 milhão de visualizações.

Em visita ao Brasil, recentemente, para participar do Fórum “Fale sem medo” organizado pelo Instituto Avon, ele falou sobre a importância de ampliar o debate sobre “questões de gênero” também para os homens.

“Quando falamos em gênero, muita gente já associa essa palavra diretamente à mulher. Mas homem também é gênero. E a cultura machista também é prejudicial a ele. O mesmo sistema que produz homens que abusam de mulheres, produz homens que abusam de outros homens”, afirmou.

“Nós sempre combatemos esse problema ensinando as mulheres a se protegerem, como se vestirem, o que devem evitar. Mas precisamos de novas formas de pensar isso. A questão não é ensinar as mulheres a se protegerem. É acabar com a cultura que ensina os homens a abusá-las”, completou.

Para conseguir essa mudança de cultura, Katz defende a importância de mais homens se juntarem à causa. “As mulheres são protagonistas e a liderança delas tem sido transformadora. É a base de tudo. Mas é preciso pensar que os homens ainda detêm o poder político, econômico e social no mundo.”

“O meu trabalho é pensar em como eu, como homem, posso usar o acesso que tenho a instituições políticas, sociais e econômicas, para, trabalhando em parceria com mulheres, mudar essa realidade. E precisamos de mais homens que pensem da mesma forma.”

“Eu costumo dizer para os homens nos meus treinamentos e palestras: se você acredita em democracia, você acredita em justiça, em igualdade e, consequentemente, em feminismo, ponto final. Então se você se diz a favor da democracia, mas não é a favor do feminismo, ou você não entende o que é feminismo, ou você não entende o que é democracia.”

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https://www.osul.com.br/precisamos-que-mais-homens-apoiem-o-feminismo-diz-treinador-antimachismo/ “Precisamos que mais homens apoiem o feminismo”, diz treinador antimachismo 2016-02-06
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