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Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2019
O americano nascido na Índia Abhijit Banerjee, a franco-americana Esther Duflo e Michael Kremer, também dos EUA, foram premiados nesta segunda-feira (14) com o Nobel de Economia por seus trabalhos no combate à pobreza. O trio foi premiado por sua abordagem experimental para aliviar a pobreza global. “As descobertas das pesquisas dos premiados – e as dos pesquisadores que seguem os passos deles – melhoraram drasticamente nossa capacidade de combater a pobreza na prática”, afirmou a Academia Real de Ciências da Suécia.
Além de premiar investigações recentes e inovadoras sobre pobreza e educação infantil, o Nobel de Economia tangenciou a questão do desequilíbrio de gênero na área, ao incluir a franco-americana Esther Duflo entre os três laureados deste ano. Criada há exato meio século, a premiação mais importante da área econômica havia sido concedida, até então, a uma única mulher: Elinor Ostrom, em 2009.
Além de ser a segunda mulher laureada na história do Nobel de Economia, Duflo, de 46 anos, assumiu a marca de mais jovem economista a receber a honraria.
“Espero que mostrar que é possível para uma mulher ser bem-sucedida e reconhecida pelo sucesso irá inspirar muitas, muitas outras mulheres a continuar trabalhando e muitos outros homens a lhes dar o respeito que merecem”, disse a pesquisadora, que também é do MIT.
Tanto em pesquisas individuais como em trabalhos conjuntos, os três pesquisadores fizeram ao longo das últimas duas décadas trabalhos pioneiros, muitos deles a partir de experimentos com populações em países pobres, como Quênia e Índia.
Ao ir a campo e testar hipóteses, os três economistas trouxeram evidência de que mais livros didáticos nos currículos e refeições gratuitas em escolas têm efeitos pequenos sobre a aprendizagem. Muito mais eficaz, segundo suas conclusões, são ações desenhadas especificamente para ajudar os alunos com maiores dificuldades.
Em nota oficial, a Academia Real Sueca de Ciências afirmou que, como resultado de um dos estudos do trio, mais de 5 milhões de crianças indianas têm se beneficiado de programas de reforço escolar nas escolas do país asiático.
A Academia ressaltou que os métodos e hipóteses de investigação de Kremer – o primeiro dos três a pesquisar o tema –, Duflo e Banerjee contribuíram para a reformulação da área de economia do desenvolvimento.
No breve anúncio inicial da premiação, nesta manhã, foi ressaltado o impacto dos estudos dos três pesquisadores para o combate à pobreza global.
Mas ao apresentar os principais trabalhos dos economistas, em materiais divulgados em seguida, há várias menções a estudos relacionados à educação.
O casamento entre os dois temas ocorreu na esteira de evidências crescentes, colhidas nas últimas décadas, da importância da aprendizagem para as condições de vida futura – como renda, saúde e empregabilidade – de crianças e jovens.
Entre outras áreas relacionadas à pobreza estudadas pelos autores, estão saúde e microcrédito.