Mundo Presidente da Câmara dos Deputados viajou com doleiro em voo da propina
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
As revelações da Operação Lava-Jato enterraram de vez as tentativas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de se desvincular do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, uma sombra na trajetória do parlamentar desde 2005. Segundo o delator Júlio Camargo, consultor da empreiteira Toyo Setal, Funaro foi um dos passageiros, no ano passado, de voos em táxi aéreo faturados como parte do pagamento de propina a Cunha. Em um dos voos, em 3 de agosto, Funaro e Cunha viajaram juntos.
Em esquema semelhante ao utilizado contra a Samsung, fornecedora de navios-sonda à Petrobras, Cunha teria usado requerimentos assinados pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) para pressionar a Schahin Engenharia a pagar dívida cobrada por Funaro.
Investigados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), os voos-propina teriam sido pagos por Júlio Camargo, delator do esquema de corrupção na estatal, para saldar uma dívida residual de 500 mil reais, a que o deputado julgava ter direito por conta de variação cambial do suborno. Do total, 200 mil reais foram quitados em dinheiro e 300 mil reais em créditos em voos de táxi aéreo.
De acordo com as investigações, Cunha só usou 122.245 reais da quota em três viagens. Na primeira, dia 29 de agosto do ano passado, ao custo de 44.200 reais, Funaro e Raquel Aldejante Pitta viajaram no jatinho PP MIS, da Global Taxi Aéreo, nos trechos Congonhas/Salvador/São João da Boa Vista/Viracopos. Na segunda, Cunha e Funaro voaram juntos, no jato PR JET, da Reali Taxi Aéreo, no dia 3 de setembro, por 38.220 reais, nos trechos Congonhas/Brasília/Aeroporto de Jacarepaguá/Congonhas. A terceira viagem, no dia 9 de setembro, transportou no PR JET, por 39.825 reais, Cunha e o assessor Altair Alves Pinto nos trechos Congonhas/Rio de Janeiro/Brasília. (AG)
Deixe seu comentário
Últimas
