| Presidente da Petrobras muda discurso e diz que perda com corrupção pode ser menor

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, deu duas respostas diferentes para os questionamentos de senadores sobre o tamanho da perda da empresa com os desvios de corrupção no esquema conhecido como “petrolão”.

A empresa lançou em seu balanço de 2014 perdas de 6,2 bilhões de reais relacionadas aos casos investigados pela Operação Lava Jato.

Questionado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) se a perda poderia ser maior, Bendine afirmou que sim e que o valor apresentado no balanço foi “conservador”.

Posteriormente, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) nesta terça-feira, o presidente da estatal afirmou que foi colocado um valor superior à perda estimada.

“Isso é uma visão conservadora. O conservador quer dizer que estamos extrapolando o valor, não pondo um valor menor”, afirmou. “Se fosse fazer um lançamento mais assertivo, teríamos de esperar o processo chegar ao final, mas estamos nos antecipando”.

A Petrobras considerou que houve superfaturamento de 3% em todos os contratos e aditivos firmados com as 27 empresas envolvidas na operação, no período de 2004 a abril de 2012, no valor total de 199,6 bilhões de reais.

Bendine afirmou que o número de contratos envolvidos pode ser menor e que os 3% são uma média, pois há relatos sobre desvios entre 1% e 10%.

Ele afirmou ainda que a empresa acredita que esses valores serão recuperados, não só pela ação da Justiça do Paraná, mas também por conta de acordos de leniência com empresas envolvidas.

“A Petrobras quer deixar bem claro que é uma vítima desse processo”, disse. “Foram atos isolados de determinadas pessoas”.

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