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Por Redação O Sul | 12 de maio de 2017
A ministra da Saúde da Venezuela, Antonieta Caporale, foi substituída por Luis López Chejade na quinta-feira (11), diante do forte aumento da mortalidade infantil e materna, e o retorno de doenças como a malária.
A decisão ocorreu um dia após a divulgação de um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde que assinala que entre 2015 e 2016 o país registrou um aumento de 30,12% na mortalidade infantil e de 65% na mortalidade materna, confirmando a grave situação de saúde na Venezuela. Antonieta estava no cargo há apenas quatro meses.
O documento é um relatório semanal publicado pelo Estado desde 1938, mas permaneceu sob embargo desde 2014, de acordo com porta-vozes do governo, para evitar “interpretações políticas”. O boletim revela ainda um aumento de 76,4% nos casos de malária, doença que em certo período havia sido erradicada da Venezuela.
De acordo com o decreto de nomeação de López Chejade, a escolha “foi feita com o compromisso supremo e a vontade de alcançar uma maior eficácia política e qualidade revolucionária na construção do socialismo e da refundação da pátria”.
O novo ministro, um farmacêutico de 43 anos, foi vice-ministro de Hospitais e secretário de Saúde do Estado de Aragua durante o governo do atual vice-presidente, Tareck El Aissami.
A situação da saúde na Venezuela é um reflexo da grave crise econômica que atinge o país, onde o governo aplica um drástico corte nas suas compras externas, acentuando a escassez de alimentos, remédios e outros artigos básicos.
Segundo a Federação Médica Venezuelana, os hospitais estão funcionando com apenas 3% dos medicamentos e insumos requeridos.
O governo Maduro enfrenta ainda massivos protestos da oposição que já deixaram cerca de 40 mortos e centenas de feridos.