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Por Redação O Sul | 28 de maio de 2016
Em conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu ter atuado contra a recondução de Rodrigo Janot, atual procurador-geral da República ao cargo, aprovada no ano passado pelo Senado.
Calheiros, que é alvo de pelo menos nove inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato, já havia chamado Janot de mau-caráter em outra conversa gravada por Machado.
O cargo de procurador-geral tem mandato de dois anos. A indicação é prerrogativa do presidente da República, mas deve ser aprovada pelo Senado. Indicado pela presidenta afastada Dilma Rousseff, Janot foi reconduzido ao cargo em 2015 após conseguir 59 votos a favor contra 12 e uma abstenção no plenário do Senado. Na ocasião, Renan disse que a recondução demonstrava a “isenção” da Casa.
O áudio do diálogo de Calheiros com Machado foi revelado nesta sexta-feira (27) pelo Jornal Hoje, da TV Globo. Na conversa, o ex-presidente da Transpetro inicia o assunto ao afirmar que o Senado não deveria ter aprovado a recondução do procurador-geral da República. “Hoje, eu acho que vocês não poderiam ter reconduzido esse b…, não. Aquele cara ali ”, diz Machado no áudio.
Calheiros pergunta sobre a quem ele estava se referindo. “Ter reconduzido o Janot. Tinha que ter comprado uma briga ali”, responde o ex-presidente da Transpetro. Calheiros, então, afirma que tentou barrar a recondução. “Mas eu estava só”, conclui o presidente do Senado. (AE)