Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 27 de junho de 2017
Dentro da estratégia de blindagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, divulgou na segunda-feira (26) uma nota em que prega “confronto popular aberto nas ruas” caso o petista seja condenado pelo juiz Sérgio Moro.
“Queremos, a partir do Rio de Janeiro, dizer em alto e bom som: condenar Lula sem provas é acabar de vez com a democracia! Se fizerem isso, se preparem! Não haverá mais respeito a nenhuma instituição e esse será o caminho para o confronto popular aberto nas ruas do Rio e do Brasil!”, afirmou Quaquá.
“Nós queremos repactuar o Brasil em torno da democracia e dos direitos e reformas que melhorem, de fato, a vida do povo, com emprego, desenvolvimento econômico e soberania nacional. Mas quem dirá se será pacto democrático ou luta aberta será a burguesia que deu o golpe!”, declarou.
No texto, o presidente estadual do PT diz ainda que a possibilidade de Lula concorrer é a última trincheira dentro das normas democráticas. E, “caso ultrapassada, não haverá mais compromisso democrático no Brasil”, a exemplo do que já aconteceu com o golpe militar de 1964.
“Vamos nos preparar pra luta da forma como ela vier. O Judiciário brasileiro precisa dizer se vai aprofundar o golpe ou vai ajudar a restituir a democracia roubada. A garantia de eleições e do direito do Lula concorrer às eleições limpas (já que está mais do que evidente que não há crime por ele cometido e nenhuma prova produzida, depois de anos de investigação e de pressões e benefícios absurdos concedidos para quem se dispusesse a delatá-lo) é a última trincheira, que, caso ultrapassada, não restará mais nenhum compromisso democrático no Brasil”, completa a nota.
Palocci
Mesmo não sendo réu na ação penal que condenou o ex-ministro Antonio Palocci a 12 anos, dois meses e 20 dias de reclusão, o nome do ex-presidente Lula é citado 68 vezes na sentença do petista, seja em trechos destacados pelo juiz Sérgio Moro ou nas transcrições dos depoimentos que foram usados como provas para estipular as penas de cada réu. O ex-presidente da República deverá conhecer nos próximos dias sua primeira sentença na Lava-Jato, no caso da compra do triplex no Guarujá (SP).
Em um dos trechos da sentença, Moro, ao analisar o conteúdo de e-mails, cuida de identificar o personagem Italiano, que tinha influência junto ao presidente Lula. “Percebe-se ainda que Italiano é a pessoa com acesso ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que é também o caso de Antonio Palocci Filho”, escreve o juiz. “Chama ainda a atenção a referência de que, apesar do veto, seriam cogitadas alternativas junto ao então presidente, “tributárias e ou com a Petrobrás”, para compensar o Grupo Odebrecht, prova da intenção de solicitação de contrapartida ilegal em favor dele por parte do Governo Federal”, diz o texto.