Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2015
A PF (Polícia Federal) prendeu na sexta-feira (19) o presidente da Odebrecht, o influente empresário Marcelo Odebrecht, acusando executivos do maior grupo de construção e engenharia da América Latina de serem protagonistas no esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
Em nova fase da Operação Lava-Jato, 12 pessoas foram detidas em quatro Estados. Entre os presos está também Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, segunda maior construtora do Brasil.
O principal foco da investigação desta vez foram contas no exterior para o pagamento de propina. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o MPF (Ministério Público Federal) não tem dúvidas de que a Odebrecht e a Andrade Gutierrez capitaneavam o esquema de corrupção.
O delegado da PF Igor Romário de Paula afirmou que “há indícios bem concretos de que os presidentes [das duas companhias] tinham o domínio de tudo que acontecia”. Segundo ele, os líderes das duas construtoras em algum momento “tiveram contato ou participaram de negociações que resultaram em atos que levaram à formação de cartel, direcionamentos de licitações e mesmo à destinação de recursos para pagamento de corrupção”. Além de depoimentos, o delegado disse que há documentos comprovando isso.
A prisão de Odebrecht, 46 anos, empresário próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode colocar o escândalo de corrupção mais próximo do coração do PT, já enfraquecido justamente pela Lava-Jato.
Em nota à imprensa, a Odebrecht disse entender que “estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da Operação Lava-Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”. A Andrade Gutierrez afirmou não ter qualquer relação com os fatos investigados e disse estar prestando apoio a seus executivos e colaborando com as apurações.
Diversos executivos de grandes construtoras, bem como ex-diretores da Petrobras e operadores do esquema, já foram presos no âmbito da investigação por participação em atos de corrupção. O caso envolve ainda políticos e partidos.