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Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2018
A Polícia Civil prendeu no sábado (20) mais um dos suspeitos da morte das duas crianças encontradas esquartejadas em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, no dia 4 de setembro do ano passado. Paulo Ademir Norbert da Silva, um dos sócios que teria pago R$ 25 mil pelo ritual que traria mais prosperidade para seus negócios, foi detido em Quintão, no Litoral Norte gaúcho. A prisão foi feita por 20 agentes da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo. Com isso, já são cinco presos suspeitos de envolvimento no crime. Dois homens seguem foragidos.
Conforme as investigações, o ritual foi encomendado por Paulo Ademir e seu sócio, Jair da Silva, que já havia sido preso. Segundo a polícia, os empresários, que possuem empreendimentos imobiliários, revenda de carros e comércio de melancias, pretendiam desenvolver mais seus negócios. Por isso, Paulo Ademir teria apresentado o sócio ao bruxo Sílvio Fernandes Rodrigues, 44 anos.
O caso
Os corpos das crianças foram encontrados em setembro de 2017 às margens de uma estrada em Novo Hamburgo. Exames de DNA indicam que eles são irmãos por parte de mãe, um menino de 8 anos, e uma menina de 12. A perícia apontou ainda que uma das crianças tinha ingerido uma grande quantidade de álcool, 14 vezes maior que o nível de embriaguez. Outras perícias ainda são aguardadas.
No dia 27 de dezembro foi preso o líder do templo satânico, apontado como responsável pelo ritual, e outros dois homens, e em janeiro foi preso o quarto suspeito. Os crânios das crianças ainda não foram localizados, e a identidade delas ainda não foi determinada. A polícia também aguarda o retorno sobre pedidos de quebra de sigilo telefônico nos aparelhos apreendidos com os presos.
Vizinhos do templo negam que houvesse sacrifício de animais ou de pessoas durante os rituais, assim como a esposa do líder. As quatro pessoas já presas negam que se conheçam e que tenham participado do ritual.
Furto de energia
No dia 12 de janeiro, a Justiça mandou soltar a mulher de 28 anos presa por furto de energia qualificado em um templo satânico em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Aline Melo da Silva havia sido detida pela manhã e encaminhada ao Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre.
Ela foi libertada após pedido da sua defesa, que argumentou que Aline não é dona do imóvel. Ela é mulher do bruxo Silvio Fernandes Rodrigues, que está preso por ter praticado um ritual de magia negra no templo no qual duas crianças foram esquartejadas. O homem nega as acusações.
Segundo a delegada Marina Ver Goltz, os policiais civis foram ao local acompanhados de técnicos da concessionária RGE. Eles constataram a ligação de energia clandestina feita diretamente na rede da empresa.