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Por Redação O Sul | 28 de abril de 2019
O ex-presidente do Peru Pedro Pablo Kuczynski, de 80 anos, teve uma operação bem-sucedida para estabilizar seu ritmo cardíaco, instável por causa de uma doença que podia causar-lhe uma morte súbita.
Kuczynski sofre de uma taquicardia ventricular esporádica com risco de descompensação em situações de estresse que podiam desencadear fibrilação ventricular e morte súbita, segundo o relatório da clínica onde é atendido.
Ele retornou à unidade de tratamento intensivo na qual permanece há 11 dias após uma cirurgia de quase duas horas, segundo explicou seu irmão Miguel Kuczynski a jornalistas no acesso à clínica de Lima onde está hospitalizado.
O irmão do ex-presidente afirmou que Kuczynski ainda está se despertando da anestesia e não puderam informá-lo que a Justiça peruana anulou os 36 meses de prisão preventiva que tinha sido emitida na semana passada pelo caso Odebrecht em troca de prisão domiciliar pelo mesmo tempo.
“É um passo à frente, embora seria melhor voltar à situação anterior (à prisão preventiva)”, disse Miguel em referência ao impedimento de saída do país, que permitia ao ex-presidente mobilizar-se por Lima.
Prisão domiciliar
A decisão da prisão domiciliar ocorreu dias depois de outro ex-presidente peruano, Alan Garcia, ter cometido suicídio para evitar ser preso por causa do escândalo da Odebrecht.
Sob a lei peruana, suspeitos criminais podem ser mantidos presos antes do julgamento por até três anos se os promotores mostrarem evidências de que provavelmente seriam condenados e provavelmente tentarão fugir ou obstruir a investigação a menos que sejam detidos.
Os quatro presidentes mais recentes do Peru e o líder da oposição foram condenados à prisão preventiva em conexão com a Odebrecht desde que a empresa admitiu no final de 2016 que pagou cerca de 30 milhões de dólares em propinas a políticos peruanos em troca de contratos de obras públicas.
Quem é Kuczynski?
Kuczynski governou o Peru entre 2016 e 2018. Ele é investigado por lavagem de dinheiro – o segundo ex-presidente peruano pelo escândalo da empresa brasileira Odebrecht, que envolveu outros dois ocupantes do cargo.
Conhecido pela sigla PPK, o ex-banqueiro de Wall Street é investigado por pagamentos feitos pela construtora a duas empresas ligadas a ele, quando era ministro da Economia do governo de Alejandro Toledo (2001-2006).
De acordo com promotores, Kuczynski recebeu US$ 300 mil da Odebrecht para a campanha que o levou ao poder em 2016.
O ex-presidente Alan García, que governou o país entre 2006 e 2011, cometeu suicídio há 10 dias, logo após receber ordem de prisão por um caso relacionado com a Odebrecht.