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Por Redação O Sul | 4 de maio de 2017
A defesa da primeira-dama Marcela Temer desistiu da ação que movia contra jornais e que levou à censura de uma reportagem do jornal O Globo, por parte da Justiça de Brasília, sobre uma troca de mensagens entre ela e um hacker que tentava extorquir-lhe dinheiro. A decisão liminar ocorreu em fevereiro.
A assessoria do governo apenas confirmou a desistência. O advogado de Marcela Temer disse que a decisão foi motivada porque não havia mais “objeto”.
A ação foi movida pelo subsecretário de assuntos jurídicos da Presidência, Gustavo do Vale Rocha, logo após o Palácio do Planalto ter sido procurado pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, que solicitavam uma resposta da Presidência sobre a reportagem em questão. O Planalto enviou resposta ao jornal e a manifestação havia sido citada na reportagem publicada.
Na decisão, o juiz sustentou que “a inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro” e proíbe a divulgação de qualquer conteúdo do celular de Marcela Temer. O conteúdo da reportagem original foi retirado do site, logo após O Globo receber a intimação da decisão judicial, informou o jornal.
A troca de mensagens que envolve a primeira-dama faz parte do processo judicial contra o hacker Silvonei de Jesus Souza, que tramita na Justiça de São Paulo, ao qual o jornal teve acesso. Silvonei foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão em outubro do ano passado por tentar chantagear Marcela Temer utilizando conteúdo roubado do celular e de contas de e-mail da primeira-dama. (AG)