Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2017
Cerco fechado. A relação de Rodrigo Janot com o ex-procurador Marcello Miller deverá ser descortinada no Congresso por outro integrante da PGR (Procuradoria-Geral da República) que teve problemas com a Operação Lava-Jato: Ângelo Goulart Villela. Integrantes da CPI da JBS garantem que ele está disposto a falar. Preso após a delação da J&F, Villela nega ter cometido crime. Hoje em liberdade, pode detalhar bastidores de negociações e da convivência de Miller com a força-tarefa. Há outro desafeto de Janot na lista de convocações: Eugênio Aragão.
Decifra-me. Ex-procurador e ex-ministro da Justiça, Aragão deixou a PGR fazendo severas críticas à gestão de Janot — de quem já foi aliado. Sondado por parlamentares, disse que topa ir à comissão. Avisa que pretende falar a respeito da atuação do MPF e da “metodologia abstrata que rege as delações”.
Holofotes 2. Quem está montando o cronograma da CPI quer que Villela seja o primeiro a prestar depoimento.
Cartas na mesa. Embora a comissão ainda esteja no início, parlamentares já indicam seu objetivo: regulamentar as delações. O relator Carlos Marun (PMDB-MS) defende “mais transparência” nos acordos. “Ou abrimos o sigilo de tudo ou impomos penas rigorosas para os vazamentos”.
Todos os lados. Nessa quarta (13), a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou requerimento para que o ex-procurador Marcello Miller preste depoimento sobre sua atuação no acordo de colaboração da J&F.
Geni. O ex-presidente Lula deixou claro em depoimento ao juiz Sergio Moro que também vê na atuação de Miller um flanco para desacreditar denúncias que pesam contra ele. O ex-procurador participou da delação de Delcídio do Amaral, que atribui crimes ao petista.
Não para. A PGR fechou a colaboração do ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves, apontado como chefe de esquema investigado na Operação Carne Fraca. A delação, que atinge o PMDB, será encaminhada ao ministro Dias Toffoli, do STF.
SOS. A defesa dos irmãos Batistas apresentará habeas corpus nesta quinta (14). Dirá que não há fundamento para a prisão preventiva de ambos no caso que investiga a negociação de ações da JBS às vésperas do estouro da delação.
Furada. A prisão de Wesley Batista e a entrada da PF e da Justiça Federal nas investigações sobre a JBS foi vista no Congresso e no Judiciário como um indicativo de que, se havia um cordão sanitário para restringir os danos causados pelo revés na delação da J&F, ele se rompeu.
Ao deixar o ponto mais polêmico do julgamento que opõe Michel Temer e Rodrigo Janot para a próxima semana, o Supremo deu indicativo de que, ainda que o chefe o MPF apresente nova denúncia contra o presidente, a tendência da corte é não enviar o caso ao Congresso até que haja veredicto. (Painel/Folhapress)