| Procurador-geral da República deve enviar ao Supremo 80 pedidos de investigação de políticos com base nas delações de executivos da Odebrecht

Nesta semana, os procuradores responsáveis pelos processos da Operação Lava-Jato fizeram os últimos ajustes nas peças a serem remetidas à Corte. Ao todo, 77 executivos da empreiteira fecharam acordo de delação premiada e prestaram aproximadamente 950 depoimentos sobre como se dava a relação da empresa com o mundo político.

A estimativa é de que as delações tenham atingido cerca de 200 políticos, com ou sem mandato. Assim, é possível que parte dos novos inquéritos no STF contenha mais de um parlamentar ou ministro. Além de novos inquéritos, a Procuradoria poderá pedir diligências em investigações já em andamento, arquivamento e até mesmo novas denúncias, baseadas em provas entregues pelos executivos da empreiteira.

Nem todo o material a ser enviado pela Procuradoria será conhecido de imediato. Poderão permanecer em sigilo, por exemplo, os depoimentos envolvendo ilegalidades da Odebrecht no exterior – que só deverão ser conhecidos a partir de junho, conforme acordo da PGR com investigadores de outros países; e também os fatos que, se abertos, poderiam levar envolvidos a eliminar rastros e colocar em risco o sucesso das novas investigações. (AG)