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Política A procuradora-geral da República pediu ao Supremo que inclua os e-mails de Marcelo Odebrecht em inquérito contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega

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Mantega teria dado aval a deputados para participarem de suposto esquema. (Foto: Marcelo Casal/Abr)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que sejam juntados ao inquérito que investiga o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega parte dos e-mails recém entregues pelo empresário Marcelo Odebrecht à Justiça. As mensagens, diz a defesa de Marcelo, esclarecem de “modo inequívoco” como se deu a suposta participação do então ministro na aquisição, pela Previ (Fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), do empreendimento ‘Parque da Cidade’, na Zona Sul de São Paulo, comprado em 2012 por R$ 817 milhões da Odebrecht. O esquema teria envolvido um repasse de R$ 27 milhões ao PT.

“Na busca de elementos relativos ao objeto das ações penais e inquéritos em curso perante o Supremo Tribunal Federal, foram encontradas mensagens eletrônicas complementares aos fatos em apuração nestes autos, documento intitulado Anexo 6.1.2 “‘Crédito OR: Intervenção de Guida Mantega sobre a Previ: Aquisição de Shopping e Torre Comercial no empreendimento Parque da Cidade (BMX)’”, afirma a PGR no pedido ao ministro Ricardo Lewandowski, relator do inquérito.

 O esquema foi relatado por colaboradores da Odebrecht e deu origem ao inquérito que investiga Mantega, os deputados Carlos Zarattini (PT), João Carlos Bacelar (PR) e o ex-deputado Cândido Vaccarezza, então do PT, aberto no início de 2017.

De acordo com os delatores, em 2012, Zarattini, Bacelar e Vaccarezza, todos deputados à época, solicitaram a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) o pagamento de valores ilícitos em contrapartida a atuação dos parlamentares em prol da aprovação final, no âmbito da Previ, da aquisição pela empresa da torre comercial e de shopping no empreendimento ‘Parque da Cidade’, cuja construção e comercialização era de responsabilidade da OR. O esquema teria tido o aval e atuação de Mantega. Do valor combinado, R$ 27 milhões, R$ 5 milhões seriam destinados de forma específica a Carlos Zarattini e ao então parlamentar Cândido Vaccarezza.

Nos e-mails entregues por Marcelo em fevereiro deste ano, o ex-diretor de Realizações Imobiliárias da Odebrecht, Paulo Melo, escreve ao empresário que “foi fechada a precificação” do empreendimento em R$ 890 milhões. “A intermediação será da ordem de 3%, sendo R$ 4 MM liquidados até outubro e o restante pós outubro, com saldo em 2013. Já alinhado com o Líder (GM)”. GM seria abreviatura para o nome de Guido Mantega.

Marcelo Odebrecht respondeu: “Já alinhado com o líder (GM)? GM meu amigo? Se eh com GM vou precisar confirmar com ele. Posso dizer que foi 3%?”. Melo fala em seguida: “Exatamente, GM que esteve pessoalmente com vc. Ele solicitou o valor comentado por PA para desatinação ai; critério dele. Acho que pode comentar ps. 3% com ele sim. Seria a até positivo para consolidar o compromisso”.

“Como se pode verificar, o então Ministro da Fazenda Guido Mantega, embora não tenha tido a iniciativa de solicitar diretamente ao colaborador os valores alocados ao Projeto BMX, tinha ciência plena das tratativas entabuladas por outros Colaboradores do Grupo Odebrecht com pelo menos dois então Deputados Federais (Cândido Vacarezza e Carlos Zaratini), avalizou estas condutas quando abordado pelos então deputados, e em seguida orientou o Colaborador, ora peticionário, quanto à re-partilha de valores”, dizem os advogados de Marcelo.

Por meio de nota, o deputado Zarattini afirmou que todas as doações recebidas em favor de suas campanhas eleitorais foram legais, não havendo recebimentos não contabilizados. “Desconheço e-mails trocados entre executivos da Odebrecht, desconfio da veracidade dos mesmos, entregues sem a preservação da cautela de prova. E não fui copiado ou destinatário das mensagens.”

A Previ, por meio de assessoria de imprensa, afirmou que “não é parte investigada no inquérito e peticionou ao relator solicitando autorização para acompanhar de perto a investigação”.

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