Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2015
Na quarta-feira, todos os procuradores da República votarão para escolher o novo procurador-geral, em uma disputa acirrada que poderá definir o capítulo mais importante da Operação Lava-Jato até o momento: caberá ao chefe do MPF (Ministério Público Federal) pedir ou não abertura de processo contra parlamentares envolvidos no escândalo de corrupção na Petrobras.
Os subprocuradores Carlos Frederico, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia – que concorrerão contra o titular do cargo, Rodrigo Janot – adotaram uma estratégia singular. Almejam o segundo lugar na preferência dos colegas de Judiciário. Isso porque, mesmo no caso de Janot ser o mais votado, sua recondução poderá ser barrada no Senado, onde enfrenta resistências. O mandato do atual procurador-geral acabará no dia 17 de setembro.
Os mais votados entre os quatro integrarão uma lista tríplice a ser enviada à presidenta Dilma Rousseff. Caberá a governante indicar o nome a ser sabatinado e analisado no Senado, onde estão alguns dos políticos investigados por suposto envolvimento no esquema de propinas ocorrido na Petrobras.
ALVO
Desde que pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquéritos contra deputados e senadores acusados de corrupção na Petrobras, Janot se tornou o alvo preferido dos investigados. Nos corredores do Congresso, circulam informações de que políticos atuam para impedir a recondução do procurador-geral ao cargo. Entre eles, o senador Fernando Collor (PTB-AL), um dos investigados pela Lava-Jato.
O Senado nunca barrou a indicação de um procurador-geral nem mesmo a de Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão. No governo, é dado como certo que Dilma indicará o primeiro colocado da lista, como vem ocorrendo desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (AG)