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Brasil Projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2018 caíram à metade ao longo do ano

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O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, foi divulgado pelo Banco Central. (Foto: Divulgação)

O ano de 2018 foi bem pior para a economia do que o mercado previa há 12 meses. No início de janeiro, os analistas miravam um crescimento próximo a 3%, mas acabaram desviando os palpites em quase dois pontos percentuais, segundo o boletim Focus de 21 de dezembro, o penúltimo do ano. Por outro lado, eles foram certeiros ao prever que os juros não voltariam a subir e que a inflação ficaria em um patamar confortável.

As projeções de mais de 100 analistas são divulgadas toda semana pelo Boletim Focus, do Banco Central, com uma mediana das previsões para o PIB, juros, inflação, balança comercial e investimento estrangeiro direto (IED). Ele serve como uma “bússola” para orientar investidores e empresas sobre o futuro.

Via de regra, as previsões do Focus demoram um pouco para refletir o que está acontecendo com a economia em dado momento, lembra o pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do FGV IBRE, Marcel Balassiano.

“Por ser uma mediana de muitas instituições do mercado, qualquer mudança de cenário aparece de forma mais lenta. Para o Focus mudar, a mediana de todas as instituições tem que mudar antes”, afirmou.

Acidentes de percurso levaram os economistas a corrigirem bastante as avaliações positivas ao longo do ano. O mais impactante foi a greve dos caminhoneiros, que provocou uma inesperada crise de desabastecimento e piorou todos os indicadores da economia, em efeito cascata.

Foi também a imprevisibilidade da disputa eleitoral que corrigiu as expectativas no segundo semestre, em meio a temores de que um futuro governo pudesse abandonar a agenda de reformas, vistas como necessárias para sanar o déficit fiscal.

PIB

O otimismo que marcou o início de 2018 em relação à economia foi reduzido aos poucos por eventos inesperados e por uma disputa eleitoral cercada de incertezas. Começou com previsões de um crescimento próximo a 3% e terminou do ano prevendo um PIB (Produto Interno Bruto) pouco acima de 1%. O resultado só será divulgado em março de 2019.

As projeções do mercado para o PIB ficaram estáveis no primeiro trimestre, começaram a piorar a partir de abril, mas a queda repentina veio no final de maio, quando foi deflagrada a greve dos caminhoneiros.

Mas mesmo antes da paralisação que freou a economia, os indicadores econômicos já vinham mostrando uma recuperação bem mais lenta do que se imaginava, apontou Balassiano, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Na greve dos caminhoneiros, as projeções para o PIB que já vinham caindo praticamente foram cortadas pela metade. “Apesar de a greve ter tido um efeito pontual na economia, a atividade foi prejudicada no dado agregado do ano”, diz o pesquisador.

Durante as eleições, as estimativas estacionaram e chegaram até a melhorar com a perspectiva de que o próximo governo estaria comprometido com uma agenda reformista. No entanto, o fraco crescimento do PIB no terceiro trimestre fez os economistas voltarem a projetar uma expansão menor para 2018.

Câmbio

Uma série de eventos desencadeados ao longo de 2018 fez o dólar a terminar bem mais valorizado frente ao real do que se previa 12 meses atrás. Na primeira semana de janeiro, o mercado acreditava que a moeda quase não oscilaria e encerraria o ano a R$ 3,34. Se isso de fato ocorresse, seria uma valorização de apenas 0,90% em 2018.

Mas o que se viu foi uma moeda muito volátil e com forte tendência de alta, que acabou subindo 17% no ano, negociada a R$ 3,8742 na última sessão de 2018. O principal motivo para o mercado ter esperado um câmbio tão estável era a expectativa de que a reforma da Previdência (vista como a única saída para reduzir o rombo fiscal) seria aprovada ainda no primeiro semestre – o que não aconteceu.

Inflação

A inflação fechada de 2018 será divulgada no dia 11 de janeiro, mas já se sabe que ela deverá vir bem próxima do que previa a média dos economistas um ano atrás. Apesar de as previsões iniciais e finais terem se aproximado, as estimativas para a trajetória dos preços variaram bastante ao longo do ano, impactadas por surpresas inflacionárias.

Segundo Balassiano, da FGV, alguns eventos pressionaram os preços para cima e para baixo. “A partir de abril, percebeu-se que a inflação estava mais fraca do que se esperava, mas logo a greve dos caminhoneiros desabasteceu a economia e jogou a inflação para cima”, recordou.

Em junho, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) bateu o pico de 1,26%, influenciado pela queda temporária na oferta de produtos e serviços. “Apesar de ser sido um evento pontual, ele teve esse efeito para o dado do ano”, explicou Balassiano.

Outro fator que provocou mudanças nas projeções de preços foi a forte volatilidade do câmbio. Um dólar mais forte, graças a fatores externos (tensão comercial) e internos (disputa eleitoral), levou os economistas estimarem uma inflação em torno de 4,5%, no centro da meta.

Selic

2018 foi ano de Selic quase estável, com previsões bem próximas do cenário no final do ano. O mercado esperava em janeiro que o BC (Banco Central) levaria a taxa básica a 6,75% em sua última reunião do ano – mas ela terminou a 6,5%, na sétima manutenção seguida. Há 12 meses, a Selic estava em 7% ao ano.

“Em março foi feito um corte até maior do que se esperava, e então a taxa ficou constante o ano inteiro”, lembrou Balassiano, citando o fim de um longo ciclo de baixa que começou em outubro de 2016, quando ela estava no patamar de 14,25%.

Entre março e abril, os economistas até chegaram a estimar que os juros seriam cortados a 6,25%, mas os choques do câmbio, motivados por fatores externos (tensão comercial e crise dos emergentes) e internos (em grande parte a greve dos caminhoneiros) seguraram a taxa a 6,5%. Apesar da forte volatilidade do dólar no segundo semestre, a inflação ficou comportada e deu espaço para o BC manter os juros.

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