Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2016
O promotor Guillermo Marijuan solicitou à Justiça que impeça a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner de deixar o país e a convoque a depor em mais uma investigação por corrupção. Marijuan apura a denúncia, ampliada no domingo, de que um grupo ligado ao empreiteiro kirchnerista Lázaro Báez, preso por sonegação e lavagem de dinheiro, movimentou 492 milhões de dólares ilegalmente em contas nos Estados Unidos.
A principal acusada até agora é a ex-procuradora do Tesouro, Angelina Abbona, que teria recebido a informação sobre a movimentação suspeita e apagado. Os dados foram passados a ela por advogados representantes da Argentina na disputa contra os chamados “fundos abutres”.
A investigação começou nos EUA, por iniciativa do fundo NML, do bilionário Paul Singer, com quem o kirchnerismo entrou num confronto que tirou o país do mercado internacional de crédito. Os “abutres” pretendiam rastrear o dinheiro do Estado argentino e de Báez para pressionar por seu pagamento. Tais grupos financeiros, que não aceitaram a renegociação da dívida argentina, fizeram acordo com o governo de Mauricio Macri.
O promotor Marijuan alega que Cristina sabia das transferências irregulares porque Angelina era sua subordinada. A ex-presidente alegou não ter ligação com as contas exibidas no programa Periodismos Para Todos.
O promotor pede que sejam citados Cristina e o ex-ministro da Economia Axel Kicillof, hoje deputado. Ele quer descobrir as ligações entre os suspeitos. Quem decidirá se aceita os pedidos é o juiz Sebastián Casanello, que está à frente do caso conhecido como “Rota do Dinheiro K”, pelo qual Báez foi preso em abril. Promotor e juiz devem viajar para Nova York e ouvir os advogados que receberam os dados levantados por sete bancos. (Rodrigo Cavalheiro/AE)