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Brasil “Provem minha corrupção e irei a pé até a delegacia”, diz ex-presidente Lula em pronunciamento

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Durante seu pronunciamento, o ex-presidente garantiu que está a inteira disposição das pessoas sérias do Ministério Público e da Polícia Federal. (Foto: Rovena Rosa/ABr)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista coletiva em São Paulo, na tarde desta quinta-feira, um dia após ter sido denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro dentro da Operação Lava Jato. Lula foi recebido por militantes com gritos de “Lula guerreiro do povo brasileiro” e “Fascistas não passarão”. Durante seu pronunciamento, o ex-presidente garantiu que está a inteira disposição das pessoas sérias do Ministério Público e da Polícia Federal. “Provem corrupção e me entrego à polícia”, confrontou o petista.

Lula ainda se disse um cidadão indignado. “Penso que, neste País, tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada que a minha”, disse o ex-presidente, que iniciou o discurso elogiando os advogados de defesa e disse que a esposa, Marisa Letícia, não compareceu à coletiva porque os “filhos pediram para almoçar com ela”.

Lula também elogiou o PT, partido do qual é um dos fundadores. Sobre o impeachment de Dilma, reiterou a ideia de golpe. “Eles conseguiram dar um golpe tranquilo e pacífico, sem militares nas ruas.”

Lula comparou-se aos ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e João Goulart. “Juscelino foi vítima de mais inquéritos que eu. Não tenho a vocação de Getúlio para me dar o tiro, do Jango, para sair do Brasil. Portanto, se eles querem me tirar, vão ter que disputar comigo, na rua. Eles achavam que eu estava vencido. Não sangrei e fui reeleito em 2006 embaixo da maior baixaria eleitoral acontecida até então. Meu adversário com cara de santinho, estava nervoso. Eu me ‘quedei’ tranquilo e ganhei as eleições. Tenho consciência de que meu fracasso teria agradado meus adversários e não teria despertado tanto ódio com o PT. O que despertou a ira foi o sucesso do meu governo, a maior política de inclusão social desse País”, disse.

“Quando eu transgredir a lei, me punam para servir de exemplo. Mas quando eu não transgredir, procurem outro para criar problema”, disse Lula, pouco antes de finalizar o pronunciamento.

Denúncia

Ontem (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado à Justiça pela primeira vez no âmbito da Operação Lava Jato. A denúncia também inclui a esposa dele, Marisa Letícia da Silva, e outras seis pessoas: o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e quatro pessoas relacionadas à empreiteira OAS: Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira. Lula foi denunciado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e falsidade ideológica.

Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um triplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira OAS. Segundo o MPF, a reforma foi oferecida a ele como compensação por ações do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

PT pede resistência

A coletiva foi aberta por Rui Falcão, presidente do PT, que leu uma nota do partido em que diz que a denúncia do Ministério Público Federal foi um “espetáculo midiático”. Segundo a nota, a denúncia faz “um julgamento sumário” contra Lula e teria, segundo o PT, o objetivo de retirar Lula da disputa pela presidência da República em 2018. “Conclamamos todos os democratas a resistirem”.

Do lado de fora do hotel, onde ocorreu a entrevista, algumas pessoas se reuniam em um ato de apoio a Lula. Diversos ex-ministros petistas, deputados, vereadores, artistas e advogados acompanharam a entrevista, tais como a senadora Gleisi Hoffmann, os senadores Humberto Costa e Lindbergh Farias, Alexandre Padilha [atual secretário de saúde municipal de São Paulo], Jaques Wagner, Juca Ferreira, Marco Aurélio Garcia, os advogados José Roberto Batochio e Cristiano Zanin Martins, além do presidente nacional da CUT Vagner Freitas, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauro, o ex-presidente nacional do PCdoB Renato Rabelo, o candidato a vereador Eduardo Suplicy e o deputado federal Vicentinho.

O PT (partido dos Trabalhadores) divulgou hoje uma nota de repúdio sobre a denúncia do Ministério Público Federal:

Leia a nota de repúdio, na íntegra:

“Embevecido pela própria retórica, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, protoganizou ontem, 14/09, junto com sua turma, um grotesco espetáculo midiático que deve envergonhar representantes do Ministério Público não acumpliciados com a farsa de Curitiba. Fiscal da lei à qual deveria servir por dever de ofício, o Torquemada paranaense, contudo, travestiu-se em saltitante porta-bandeira da malta antipetista.

O Partido dos Trabalhadores repudia a ação escusa deste indivíduo, cujo libelo, desprovido de provas e politicamente orientado, desrespeita direitos e garantias constitucionais, conspira contra a ordem democrática, estando a exigir providências legais contra sua parcialidade.

Ao denunciar, confessadamente sem provas, o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, além de Paulo Okamoto e outros cidadãos, o chefe dos procuradores sediados em Curitiba torna cada vez mais evidente o envolvimento de seu grupo na tramóia que levou ao golpe contra a presidenta eleita democraticamente. E desmascara sua intenção cavilosa, persecutória e autoritária, de antecipar, à margem da lei, um julgamento sumário e condenatório dos que elegeu, seletivamente, como vítimas.

Mancomunados para criminalizar nosso partido e animar a campanha midiática contra os governos liderados pelo PT, estes burocratas facciosos agora buscam concluir o trabalho sujo que lhes foi encomendado pelas forças reacionárias. Seu objetivo é retirar da cena política o principal líder do povo brasileiro e restringir os próximos processos eleitorais a um jogo controlado pelas oligarquias.

Não hesitam, para cumprir seu propósito nefasto, em forjar um sistema de exceção que corrói e dilacera o Estado de Direito, de mãos dadas com círculos conservadores da Polícia Federal e do Poder Judiciário.

Conclamamos todos os democratas a resistirem, cada vez com mais intensidade e mobilização, a manobras dessa natureza, que atentam contra a liberdade e a soberania popular.

A solidariedade nacional e internacional ao ex-presidente Lula é uma trincheira fundamental no combate ao governo usurpador e ao sequestro das instituições por violadores de nossa Constituição.

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores”

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