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Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2018
A direção do PT resolveu adiar um ato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que marcaria o lançamento da pré-candidatura do petista à Presidência da República em Belo Horizonte (MG).
O evento, que ocorreria nesta quarta-feira (07), foi reagendado para o dia 21 de fevereiro. O PT de Minas Gerais divulgou o adiamento na noite de segunda-feira (05). Segundo dirigentes do partido, o período pré-carnaval dificultou a mobilização de militantes para o ato.
O evento havia sido marcado após a divulgação da última pesquisa Datafolha, que apontou o petista como favorito na corrida ao Palácio do Planalto mesmo após a confirmação da sua condenação pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre. A Corte aumentou a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Lula lidera o primeiro turno em todos os cenários em que seu nome é colocado, com percentuais que variam de 34% a 37%, de acordo com o levantamento divulgado na semana passada. No segundo turno, ele venceria Geraldo Alckmin (49% a 30%), Marina Silva (47% a 32%) e Jair Bolsonaro (49% a 32%).
De acordo com nota divulgada pelo PT, o ato em Belo Horizonte deve ser o primeiro entre vários que ocorrerão pelo País para apresentar a pré-candidatura de Lula, que pode ser impedida pela Justiça. Minas Gerais foi escolhido para a estreia porque é o Estado mais importante governado por um petista, Fernando Pimentel.
Caixa 2
A publicitária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que mais da metade do valor cobrado pelo casal para a campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 foi pago por meio de caixa 2.
Embora tenha ressaltado que não se lembrava dos valores exatos, Mônica disse que a campanha custou cerca de R$ 18 milhões, e apenas R$ 8 milhões foram pagos pelo caixa oficial. Segundo ela, a decisão de como fazer os pagamentos por caixa 2 foi do PT e que João Santana chegou a conversar com o ex-ministro Antonio Palocci sobre os riscos, já que a imagem do ex-presidente estava abalada pelo mensalão.
“A decisão era absolutamente deles [PT], de receber por caixa 2. Para mim, [pagamento oficial] era menos risco, mais tranquilo, não tinha que carregar mala de dinheiro para lugar nenhum”, afirmou Mônica, que depôs na ação em que o ex-presidente Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da Odebrecht com reformas no sítio de Atibaia (SP).
Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) referentes à prestação de contas da campanha de Lula em 2006 mostram que a Pólis Propaganda e Marketing Ltda., empresa do casal de marqueteiros, recebeu R$ 13,75 milhões por serviços como “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”, “publicidade por materiais impressos”, “criação e inclusão de páginas na internet”, “publicidade por placas, estandartes e faixas” e “produção de jingles, vinhetas e slogans”.