Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2017
O PT está convocando atos em todas as capitais para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e confrontar o juiz Sérgio Moro, que nessa quarta-feira condenou o petista a nove anos e seis meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Estamos orientando que todos possam se manifestar pelo país contra essa decisão do juiz Moro. O mote é que não se pode condenar sem provas. O Moro teve um papel de submissão aos meios de comunicação e ao capital privado nessa decisão”, disse o ex-chefe de gabinete do ex-presidente Gilberto Carvalho.
Ele disse que o PT está pedindo ajuda de outros partidos de esquerda, movimentos populares, como o Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, e os sindicatos para conseguir mobilizar protestos. “Sabemos que serão pequenas nesse primeiro momento, mas é importante haver manifestações. Vamos continuar convocando nos próximos dias, mas ainda não temos datas marcadas.”
Além dos atos nas ruas, os petistas e parlamentares de outros partidos da esquerda combinaram usar as tribunas da Câmara e do Senado para defender o presidente. Segundo ele, não há nenhum ato especial previsto para Curitiba, onde está concentrada a força-tarefa da Operação Lava-Jato e a vara judicial de Moro.
“Não queremos mais que haja condenações sem provas e esperamos que os juízes do Tribunal Regional Federal não cometam o mesmo erro do Moro”, insistiu Carvalho. O ex-auxiliar e amigo de Lula disse que ele já esperava ser condenado por Moro e não descarta que o magistrado o condene novamente nos outros processos que estão sob sua jurisdição.
Carvalho disse que não conversou com Lula depois da decisão. O PT também está promovendo um tuitaço com a hashtag #LulaInocente.
Condenação
Segundo o juiz, Lula “tinha um papel relevante no esquema criminoso, pois cabia a ele indicar os nomes dos Diretores ao Conselho de Administração da Petrobrás e a palavra do governo federal era atendida”.
“Lula é inocente. Por mais de três anos, Lula tem sido sujeitado a uma investigação com motivações políticas. Nenhuma evidência crível de culpa foi produzida, e provas esmagadoras de sua inocência foram ignoradas”, diz nota assinada pelos advogados de defesa Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, divulgada em inglês pelo assessor internacional do ex-presidente. “Provaremos a inocência de Lula em cortes judiciais não enviesadas, incluindo nas Nações Unidas”, finaliza a nota.