Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2018
A catarata é uma doença ocular onde o cristalino, lente natural dos olhos, perde sua transparência e tende a ficar opaco. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é responsável por 47,8% de todos os casos de cegueira no mundo, mais comum entre pessoas acima de 65 anos.
De acordo com o oftalmologista do Hospital Universitário de Canoas, administrado pelo Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (GAMP), e professor da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Paulo Ricardo de Oliveira, ela pode causar a perda total da visão ou deixá-la turva ou embaçada, além de poder causar hipersensibilidade à luz. “A doença se desenvolve lentamente e passa despercebida antes de apresentar sintomas mais graves”, explica.
A catarata pode ser dividida em três categorias: congênita, adquirida e espacial. Oliveira afirma que “na congênita, a criança já nasce com a doença ou passa a apresentar nos primeiros meses de vida. A adquirida está relacionada ao envelhecimento e outras doenças e a espacial se refere à região específica do cristalino afetada”.
Segundo diretivas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o diagnóstico da catarata normalmente é feito por um oftalmologista. “É ele quem tem habilitação para reconhecer as eventuais razões pelas quais a visão não se encontra mais nítida. Por exemplo, nas cataratas congênitas, o diagnóstico se torna mais difícil por se tratar de uma criança ou bebê”, esclarece Oliveira.
O especialista ressalta que no Brasil é obrigatória, em todas as maternidades do país, a realização do teste do olhinho em recém-nascidos, o que ajuda no reconhecimento da doença logo nos primeiros dias de vida. Já nos adultos, o médico irá analisar o histórico do paciente e poderá solicitar alguns exames.
Sintomas e tratamentos
De acordo com o oftalmologista, os sintomas mais comuns da doença são visão embaçada ou fora de foco, sensibilidade às cores e ao contraste diminuídas, visão dupla em um dos olhos, mudança frequente de óculos, dificuldade em realizar atividades do dia-a-dia devido a problemas de visão, entre outros.
A catarata é uma doença curável, que pode ser revertida por meio de um procedimento cirúrgico. Porém, muitas vezes a condição não traz maiores problemas ao paciente e, nesses casos, a cirurgia torna-se desnecessária. “A princípio, enquanto os sintomas forem leves, o uso de óculos de leitura ou de sol pode ajudar a aliviar os sintomas”, explica o oftalmologista.
Oliveira salienta que para evitar o desenvolvimento da doença é recomendado proteger os olhos do sol e não olhar por muito tempo para as telas de computadores, tablets e TVs, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros. Envelhecimento, diabetes, obesidade, hipertensão e histórico familiar, são alguns dos fatores que podem contribuir para o surgimento da doença.