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Colunistas Quatro histórias judaicas

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Certo rabino era adorado por sua comunidade; todos ficavam encantados com o que dizia. Menos Isaac, que não perdia uma chance de contradizer as interpretações do rabino, apontar falhas em seus ensinamentos. Os outros ficavam revoltados com Isaac, mas não podiam fazer nada.

Um dia, Isaac morreu. Durante o enterro, a comunidade notou que o rabino estava profundamente triste. “Por que tanta tristeza?”, comentou alguém. “Ele vivia colocando defeito em tudo que o senhor dizia!”

“Não lamento por meu amigo que hoje está no céu”, respondeu o rabino. “Lamento por mim mesmo. Enquanto todos me reverenciavam, ele me desafiava, e eu era obrigado a melhorar. Agora que ele se foi, tenho medo de parar de crescer.”

O preço da pergunta

O rabino vivia ensinando que as respostas estão dentro de nós mesmos. Mas seus fiéis insistiam em consultá-lo sobre tudo que faziam. Um dia, o rabino teve uma ideia: colocou um cartaz na porta de sua casa, e  escreveu:  “Respondo cada pergunta por 100 moedas”.

Um comerciante resolveu pagar. Deu o dinheiro ao rabino, comentando:  “O senhor não acha caro cobrar tanto por uma  pergunta?”

“Acho”, disse o rabino. “E acabo de respondê-la. Se quiser saber mais, pague outras 100 moedas. Ou procure a resposta em você mesmo, que é mais barato e mais eficaz.”
A partir deste dia, nunca mais o perturbaram.

Perdoando no mesmo espírito

O rabi Nahum de Chernobyl vivia sendo ofendido por um comerciante. Um dia, os negócios deste último começaram a andar muito mal. “Deve ser o rabino, que está pedindo vingança a Deus”, pensou. E foi pedir desculpas a Nahum.

“Eu o perdoo com o mesmo espírito que você me pede perdão”, respondeu o rabino.
Mas as perdas do homem cresceram cada vez mais, até que ele ficou reduzido à miséria. Os discípulos de Nahum, horrorizados, foram perguntar o que tinha acontecido.

“Eu o perdoei, mas ele continuou me odiando no fundo de seu coração”, disse o rabino. “Então, seu ódio contaminou tudo que fazia, e a punição de Deus tornou-se ainda mais severa.”

Para manter o diálogo

A esposa do rabino Iaakov era uma mulher muito difícil; vivia procurando um motivo para discutir com o marido. Iaakov nunca respondia as provocações. Até que, durante um jantar com alguns amigos, o rabino terminou discutindo ferozmente com sua mulher, surpreendendo a todos na mesa.

“O que aconteceu?”, perguntou um amigo de Iaakov. “Por que abandonou seu costume de jamais  responder?”

“Porque percebi que o que mais perturbava minha mulher era o fato de ficar em silêncio. Agindo assim, eu permanecia distante de suas emoções. Minha reação foi um ato de amor, e eu consegui fazê-la entender que escutava suas palavras.”

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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