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Mundo Quatro mulheres nascidas no Brasil foram eleitas para cargos políticos nas eleições municipais nos Estados Unidos

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Rita Mendes (E) e Stephanie Martins são duas das quatro brasileiras eleitas no Estado de Massachusetts. (Foto: Divulgação)

Quatro mulheres nascidas no Brasil foram eleitas para cargos políticos nas eleições municipais de terça-feira em Massachusetts (EUA), três delas para como vereadoras e uma para membro do conselho escolar. Elas são imigrantes vindas de Minas Gerais e de Goiás, a maioria quando crianças. Hoje representam a comunidade de imigrantes no Estado, que tem a maior concentração de brasileiros dos Estados Unidos – são cerca de 350 mil, de acordo com números do Itamaraty. As cidades com maior número de cidadãos registrados são Framingham, Everett, Boston, Malden e Sommerville. As informações são do jornal O Globo.

Aos 35 anos, a vereadora Rita Mendes conta orgulhosa que foi a mulher mais votada na cidade de Brockton. Mas nem sempre a vida foi fácil.

Em 2002, Rita deixou aos 12 anos Conselheiro Pena, em Minas Gerais, junto com os pais, sem falar inglês. Ainda jovem, trabalhou no mercado imobiliário, mas, quando chegou a crise de 2008, perdeu tudo. Foi trabalhar em uma loja da rede Dunkin’ Donuts, ganhando um salário mínimo. Não desistiu: voltou aos estudos e se formou em ciência política.

Entrou na escola de direito e fez o teste do bar (o equivalente ao exame da OAB no Brasil). Passou de primeira e hoje é advogada de imigração, profissão que continuará exercendo mesmo sendo vereadora, pois, nos Estados Unidos, o cargo não é visto como um emprego, e a ajuda de custo é baixa.

Quando eu comecei, muita gente dizia que era impossível, porque eu sou brasileira, e eu moro numa cidade que tem muito poucos brasileiros. Eu realmente tive que pegar os votos dos americanos. Estou me sentindo muito honrada.”

Outra brasileira a sair vitoriosa das urnas foi Margareth Shepard, que garantiu seu assento na Câmara dos Vereadores de Framingham, a cidade com maior porcentagem de brasileiros em Massachusetts – cerca de 10% da população. Margareth não é novata: em 2017, ela foi a primeira brasileira a ser eleita vereadora nos Estados Unidos. Agora, recebeu das urnas mais um mandato.

Nascida em Goiânia, Margareth foi para os Estados Unidos em 1992 e, desde então, trabalhou como babá e em limpeza residencial – trabalho que mantém até hoje em sua pequena empresa, que conta com apoio da família.

Hoje ela é também uma das defensoras dos direitos dos imigrantes mais conhecida na comunidade local. Ela afirma que as principais dificuldades dos brasileiros são a barreira linguística e a falta de acesso à carteira de motorista.

A mineira Priscila Sousa foi eleita para o comitê de escolas da cidade de Framingham. Nascida em Ipatinga (MG), veio para os Estados Unidos com os pais aos sete anos, em 1995. Foi eleita prometendo lutar para dar melhor educação a crianças com necessidades especiais, sobretudo filhos de imigrantes. Ela já havia concorrido à prefeitura de Framingham em 2017 e diz que os brasileiros estão ganhando espaço na política local: há dois anos, eram cinco candidatos, com dois vitoriosos. Agora, foram cinco candidatos e todos tiveram sucesso. “Existe uma consciência de que nós não vamos alcançar status a não ser que apoiemos os brasileiros como parte de uma comunidade maior.”

Os cinco candidatos citados por Priscila incluem, além das mulheres, o alagoano Marcony Almeida. Almeida se mudou de Maceió para os Estados Unidos há 20 anos e, nesta semana, foi eleito membro do comitê escolar de Everett – “é como um vereador das escolas”, diz. Ele afirma que, na cidade, o português é a terceira língua mais falada no ensino público.

Mudança aos 15 anos

Foi a típica história imigrante”, conta Stephanie Martins, sobre sua mudança de Belo Horizonte para os EUA, aos 15 anos. O pai veio quando ela tinha três meses de idade, e na infância, só o viu uma vez, aos seis anos, quando esteve no Brasil. Já na adolescência, quando ele regularizou sua situação, ela se mudou para o país e foi morar com ele.

Nos Estados Unidos, estudou, entrou para a universidade, mas sempre trabalhando: em supermercados, lojas de roupa, banco, venda de carros. Depois da pós-graduação em legislação, trabalhou como assistente legal. Hoje, aos 31 anos, tem uma empresa imobiliária com o marido, onde continuará trabalhando mesmo depois de eleita vereadora na cidade de Everett. “Aqui não é igual ao Brasil: não se tem privilégios, nem seguro de saúde, nem nenhum benefício. Literalmente você trabalha como um membro da comunidade, servindo a cidade.”

Stephanie já havia concorrido à prefeitura da cidade em 2017, mas acabou perdendo para um candidato que a acusava de ter uma plataforma pró-imigrante e de querer transformar Everett em uma cidade santuário – cidades americanas onde leis federais anti-imigração não são aplicadas. “Na primeira vez que eu concorri, fizeram vários comentários, sobre eu ser de um país de terceiro mundo.”

 

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