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Mundo Quem é o segurança que agrediu um manifestante e abriu uma crise para o presidente da França

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Vídeos revelados pelo jornal Le Monde mostram o agente agredindo manifestante. (Foto: Reprodução)

Desconhecido do público francês até a semana passada, o ex-chefe da segurança do presidente Emmanuel Macron, Alexandre Benalla – filmado “disfarçado” de policial batendo em um manifestante caído no chão – se tornou o pivô de um escândalo de Estado. As suspeitas de proteção e privilégios de Benalla desestabilizam o governo francês e afetam a imagem de “República exemplar” que Macron fixou como um dos pilares de seu mandato. As informações são da BBC.

O “senhor segurança” de Macron, como é chamado Benalla pela imprensa francesa, foi filmado agredindo manifestantes durante protestos do dia 1° de maio em Paris. Ele estava usando um capacete e braçadeira da polícia.

Em teoria, Benalla participava, a seu pedido, apenas como “observador” da ação policial nas manifestações. Ele não poderia usar apetrechos policiais e nem intervir na operação. Os vídeos, que o mostram afastando à força uma jovem do local e batendo várias vezes em um homem caído no chão, foram divulgados só no dia 18 de julho pelo jornal Le Monde.

Com a grande repercussão das imagens, a presidência francesa informou que, logo depois do ocorrido, em 1° de maio, Benalla havia sido suspenso por 15 dias sem salário e transferido para um cargo administrativo, com funções apenas internas no Palácio do Eliseu.

A punição da presidência foi considerada muito branda pela oposição. Também houve inúmeros questionamentos em relação ao fato de a Justiça não ter sido informada sobre as agressões. Poucos dias antes da divulgação dos vídeos, Benalla apareceu, no entanto, ao lado de Macron nas festividades nacionais de 14 de julho e foi visto perto do ônibus que transportou a seleção francesa de futebol, bicampeã do Mundo, nas homenagens na avenida Champs-Elysées.

Benalla, que ocupava o cargo de adjunto do chefe de gabinete de Macron, só foi demitido em 20 de julho, dois dias após o Le Monde ter publicado os vídeos. O palácio do Eliseu alegou “elementos novos” para justificar a demissão: o fato de que Benalla recolheu imagens das câmeras de segurança da praça onde ocorreu a agressão – ele não tinha o direito de ter requerido as filmagens.

Com apenas 26 anos, o jovem nascido em um bairro pobre de Évreux, na Normandia, estava presente a cada deslocamento de Macron e também assegurava a proteção do presidente e de sua esposa em momentos familiares.

Benalla integrou o Movimento dos Jovens Socialistas quando tinha 19 anos. Sua família já era militante do Partido Socialista, de esquerda, na Normandia. Antes de ser chamado pelo Partido Socialista, em 2012, para trabalhar na segurança da campanha presidencial do candidato François Hollande, Benalla havia sido guarda-costas de alguns artistas e políticos.

Ele também trabalhou apenas uma semana para o ministro Arnaud Montegourg, do governo de Hollande. Contratado como motorista e segurança, Benalla provocou um acidente de trânsito e quis fugir, conta Montebourg, que o demitiu imediatamente.

Em 2015, por decisão do governo Hollande, Benalla, formado em direito, foi escolhido para participar de uma formação de uma semana no Instituto Nacional de Altos Estudos de Segurança e da Justiça, organizada em uma escola de oficiais da polícia militar. Após Macron anunciar sua candidatura à presidencial, no final de 2016, Benalla foi contratado como responsável pela segurança do movimento Em Marcha!, partido de Macron.

Naquela época, ele quis comprar pistolas de balas de borracha e escudos antimotim para a campanha, o que foi recusado pelo Em Marcha!. Nos últimos dias, diversos relatos sobre o estilo agressivo de Benalla vieram à tona. Ele não hesitava em dar ordens ríspidas e broncas, até mesmo a chefes da polícia, ou fazer demonstrações de força, como quando levantou um fotógrafo que ele julgou estar muito próximo de Macron – na época, ainda candidato.

Benalla teve uma ascensão rápida e conseguiu vários privilégios. Entre eles, um grande apartamento funcional no sofisticado Quai d’Orsay, às margens do Sena, onde residem colaboradores de primeiro escalão do presidente, e um crachá de acesso ao hemiciclo dos deputados no Parlamento. Seu salário era de mais de 7 mil euros brutos (cerca de R$ 31 mil).

Civil que se tornou membro reservista operacional da polícia militar após uma formação acelerada de uma centena de horas, Benalla também recebeu, a pedido do Palácio do Eliseu, uma promoção considerável: foi nomeado, em 2017, tenente-coronel da reserva operacional, título prestigioso que militares de carreira com formação em escolas reputadas na área só obtém após 40 anos de idade.

tags: segurança

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