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Celebridades Recuperado de um câncer, Michael Douglas vive um homem decadente na série “The Kominsky Method”

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Ator vai viver seu primeiro protagonista na TV desde os anos 70. (Foto: Reprodução)

Não dá para dizer que Sandy Kominsky é um homem no auge da vitalidade. Ele já foi um professor de atuação muito procurado pelas estrelas, mas hoje ganha a vida ensinando aspirantes a ator de Hollywood a se prepararem para testes de sitcoms e comerciais de xampu. Tem na bagagem três casamentos fracassados, uma filha adulta que mal o tolera e um corpo que está se rebelando contra si mesmo.

Por isso, quando Michael Douglas foi convidado a interpretar esse protagonista mal-ajambrado no novo sitcom da Netflix, “The Kominsky Method”, confessa que só pôde aceitar o papel de uma forma: “Aos 74 anos? Muito feliz e com dignidade”.

Em seus filmes de maior sucesso, suspenses como “Atração fatal” e “Instinto selvagem”, seus personagens sofisticados e agressivos passaram a definir um certo machismo americano dos anos 1980 e 1990. Não importa quantos fracassados interprete, ele estará sempre associado ao retrato cruel que fez de Gordon Gekko, o financista incontrito de “Wall Street” (1987), de Oliver Stone.

Tomei a decisão estratégica de dizer que era na garganta porque a conotação implícita em ter a língua extraída e não poder mais falar não era lá muito animadora”, disse o ator.

E se já foi popular, idolatrado e altamente requisitado, Douglas se vê em paz com a consciência de que tais glórias não duram para sempre. Não teve o mesmo declínio impiedoso que Sandy Kominsky, mas alguns capítulos recentes de sua vida foram, no mínimo, turbulentos: superou um câncer para realizar uma das atuações mais intensas e excêntricas de sua carreira, e também foi acusado de conduta sexual imprópria por uma ex-funcionária.

Depois de todo esse tempo, ainda não ficou claro como Douglas se vê, ou se tem uma imagem fixa de si mesmo; só se sabe que não se considera um herdeiro mimado do showbiz, nem um mestre do universo autoconfiante. E os planos em longo prazo também não são seu estilo.

“Nunca me interessei em planejar nada”, diz Douglas.

Então, em um momento mais calmo de sua carreira – e de incerteza para a indústria do entretenimento –, por que não assumir seu primeiro papel grande na TV desde os anos 70, na pele de um septuagenário maltrapilho, mal-humorado e com a próstata aumentada? Como ele mesmo explica: “Eu entendo o sujeito que não viu a vida vingar do jeito que esperava”.

Assim de cara, parece que não há nada de errado na vida de Douglas, que deu entrevista em uma tarde de outubro, no suntuoso apartamento de Central Park West que mantém há 30 anos.

Os troféus pessoais, como o Oscar que faturou por “Wall Street” e “Um estranho no ninho” (que ajudou a produzir em 1975), brilham na estante. Nas paredes, lembranças que destacam os pais famosos: pôsteres antigos de filmes como “O rio da aventura”, estrelado por seu pai, Kirk Douglas, em 1952, e uma edição de 1943 da revista “Life” com sua mãe, a atriz bermudense Diana Douglas, na capa.

Espírito livre

Amigos antigos dizem que Douglas sempre foi dono de um espírito livre, independente. Danny DeVito, que trabalhou com ele em “Um estranho no ninho” e apareceu ao seu lado em filmes como “Tudo por uma esmeralda” (1985) e “A Guerra dos Roses” (1989), comenta que ninguém fala muito da infância de Douglas, filho de pais divorciados: de fato, Kirk e Diana Douglas acabaram o casamento quando Michael tinha 5 anos,e o padrasto, Bill Darrid, com quem Diana se casou em 1956, foi uma influência importante em sua vida.

“Tenho certeza de que Kirk é um cara superlegal como pai, mas muitos dos valores adquiridos por Michael vieram da mãe e do padrasto. Sua sensibilidade e consideração com os outros são resultado da forma como foi criado”, diz DeVito.

Douglas, por sua vez, tem três filhos: Cameron, do casamento anterior com Diandra Luker, e Carys e Dylan, frutos da união com Catherine Zeta-Jones. É também sobrevivente de um câncer em estágio 4, diagnosticado em 2010.

“Um tumor do tamanho de uma amêndoa na base da língua. Tomei a decisão estratégica de dizer que era na garganta porque a conotação implícita em ter a língua extraída e não poder mais falar não era lá muito animadora”, confessa.

Elegância sublime

Douglas tinha medo de que seu problema de saúde o marcasse para sempre aos olhos da indústria. No entanto, recuperou-se e voltou para interpretar Liberace no filme de 2013 da HBO, “Minha vida com Liberace”, dirigido por Steven Soderbergh. O trabalho lhe rendeu um Emmy, mas ele não se animou muito com as oportunidades que surgiram depois.

Aí veio “The Kominsky Method”. Chuck Lorre, o criador da série, é conhecido por programas como “The Big Bang theory” e “Mom”, que são grandes sucessos, mas fiéis à fórmula antiga do sitcom tradicional da TV aberta, com várias câmeras.

Eu queria uma câmera só, sem claque, detalhes que permitiriam que os personagens abordassem tópicos como o envelhecimento e a mortalidade, quase sempre ignorados nesse tipo de programa”, explica Lorre.

Ele revela que não conseguiu pensar em mais ninguém para o papel além de Douglas: “Há uma elegância sublime na forma como ele se apresenta ao mundo. Entre seus talentos, ele sabe como interpretar os momentos, emocionantes ou cômicos, com grande sutileza”.

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https://www.osul.com.br/recuperado-de-um-cancer-michael-douglas-vive-um-homem-decadente-na-serie-the-kominsky-method/ Recuperado de um câncer, Michael Douglas vive um homem decadente na série “The Kominsky Method” 2018-12-03
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