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| Redação matemática

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Escrever é mandar recado. Ler é entender o recado. Do conceito, pinta o desafio. Como fazer o leitor entender o recado? São duas etapas. A primeira: ele tem de ler o texto. A segunda: tem de entendê-lo. Sem isso, o autor fracassa. Valha-nos, Deus!

Vamos combinar? Ninguém quer jogar o esforço na lata do lixo. O jeito é dar um jeito. Se o leitor é a vedete da comunicação, vamos conquistá-lo. Estudiosos do tema apresentam receitas. Elas têm um denominador comum. Chama-se sedução. Combinar ingredientes leva ao produto mágico. É o texto fácil.

Texto fácil

Um texto claro, enxutinho e prazeroso não nasce em árvores. É fruto de trabalho — 99% de transpiração e 1% de inspiração. O objetivo é um só: facilitar a vida do leitor. Como? Com frases curtas, ordem direta, palavras simples, economia de adjetivos e advérbios.

Lido, relido, reescrito muitas vezes, eliminam-se repetições, enxotam-se redundâncias, chega-se à clareza. Terá ficado bom? Amigos podem palpitar. Ouça-os. Não só. Há um tira-teima que ajuda — e muito. Trata-se do teste de legibilidade. Aplicando-o, a gente tem ideia do grau de dificuldade da mensagem que mandamos.

O teste

Em que consiste o termômetro? Pegue um escrito seu. Pode ser uma carta, um artigo, uma redação. Depois, siga a receita. Com um cuidado: faça parágrafo por parágrafo.

Eis os passos:

1. Conte as palavras do parágrafo.

2. Conte as frases (cada frase termina por ponto).

3. Divida o número de palavras pelo número de frases.

4. Some o resultado do passo 3 com o número de polissílabos.

5. Multiplique o resultado por 0,4.

6. O produto da multiplicação é o índice de legibilidade.

Possíveis resultados

1 a 7 = história em quadrinhos

 

8 a 10 = excepcional

 

11 a 15 = ótimo

 

16 a 19 = pequena dificuldade

 

20 a 30 = muito difícil

 

31 a 40 = linguagem técnica

 

acima de 41 = nebulosidade

 

Aplicação

 

Vamos ao tira-teima? Avalie a legibilidade do texto publicado no Correio Braziliense:

Até quando usaremos o carro como máquina de matar? Até quando beberemos “socialmente” e sairemos em pegas pelas ruas da cidade, tirando vidas inocentes? Até quando a impunidade dirigirá nossa consciência? Brasília, até há pouco tempo, era exemplo de paz no trânsito. Quando perdemos o humanismo, o respeito ao próximo? Porque, ao beber e dirigir, assumimos o risco de matar, de morrer. É hora de um basta! É hora de nos unirmos.

 

Resultado

 

1. Conte as palavras do parágrafo: 72.

 

2. Conte as frases (cada frase termina por ponto): 8.

 

3. Divida o número de palavras pelo número de frases: 9.

 

4. Some o resultado do passo 3 com o número de polissílabos: 19.

 

5. Multiplique o resultado por 0,4: 7,6.

 

6. O produto da multiplicação é o índice de legibilidade: história em quadrinhos.

 

Leitor pergunta

O hífen me provoca enxaqueca. Sempre que posso, fujo dele como os envolvidos na Lava-Jato fogem do juiz Sérgio Moro. Mas nem sempre tenho sucesso. Outro dia, meu filho me perguntou a grafia de “sem noção”. Com tracinho? Sem tracinho? E o plural?. Teresa Costa.

 

O hífen é castigo de Deus. Até o Senhor tem dúvidas no emprego do tracinho. Você, portanto, se enquadra na regra. Mas o Todo-Poderoso dá a cruz porque confia nas criaturas. Elas podem carregá-la. O sem, por exemplo, sempre pede hífen: sem-terra, sem-teto, sem-banco e, claro, sem-noção.

 

Quanto à flexão, lembre-se. A duplinha é sem-sem-sem — sem masculino, sem feminino e sem plural: Ele é sem-teto e sem-noção. Eles são sem-teto e sem-noção. Ela é sem-teto e sem noção. Elas são sem-teto e sem-noção.

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Greve geral
Giovanna Lancellotti curte férias na África do Sul e se encanta com pinguins
https://www.osul.com.br/redacao-matematica/ Redação matemática 2017-05-06
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