Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2015
A composição do novo ministério da presidenta Dilma Rousseff, voltada para o reforço do apoio de aliados no Congresso Nacional, deve ampliar os poderes do PMDB e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estimam analistas políticos.
Na nova configuração do governo, o PT perdeu quatro ministérios, passou a controlar nove. Foi o ex-presidente Lula quem aconselhou a sua sucessora a reduzir o espaço do partido de ambos. A estretégia, em nome da governabilidade, é conceder mais um posto ao PMDB, que controlará sete pastas.
Lula deve sair fortalecido da reforma, com pelo menos três nomes de sua confiança em posições-chave na Esplanada dos Ministérios: Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social).
O Palácio do Planalto também pretende manter o ministro peemedebista Eliseu Padilha (Aviação Civil) no novo grupo de articulação política, a ser formado por Wagner e Berzoini.
Aliados da presidenta avaliam que a reforma é propícia para reduzir ou menos afastar, ainda que de forma temporária, os riscos de abertura de um processo de impeachment, já que Dilma conseguiu agradar a diversas alas do PMDB, legenda do vice-presidente Michel Temer e dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Trata-se, ainda, da legenda com maior bancada no Congresso. Essa estratégia é fundamental para o futuro político da presidenta, que precisa de 172 dos 513 votos dos deputados para evitar a abertura de um processo de impeachment.
Apesar dos afagos ao partido aliado, alguns caciques do PMDB não foram à cerimônia de anúncio da reforma, na sexta-feira. Um deles foi o próprio Calheiros, uma das vozes que vinham pedindo a redução do número de ministérios. (Marcello Campos com agências)