Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2017
Repercutiu na imprensa internacional a decisão da Câmara dos Deputados de aprovar o relatório da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que recomendava a rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República por crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Votaram 492 deputados dos 513 deputados: 263 a favor do relatório, 227 contra e duas abstenções.
Veja a seguir como alguns jornais estrangeiros noticiaram o assunto:
Nos Estados Unidos, o “Washington Post” publicou matéria com o título “Presidente Temer sobrevive à votação para suspendê-lo sob acusações de corrupção”, destacando que o processo aconteceu 15 meses após o impeachment de sua antecessora. Também nos EUA, o “The Wall Street Journal” publicou que “O presidente do Brasil Michel Temer derrota acusações de corrupção”. A matéria foi publicada antes do fim da votação, mas quando já havia votos suficientes para garantir a vitória de Temer.
Em seu site em inglês, a rede britânica BBC disse que o “Presidente do Brasil, Temer sobrevive à votação sobre corrupção” e destacou que a oposição não conseguiu os votos necessários para enviar o caso à Suprema Corte. O jornal britânico “The Guardian” disse em seu título: “Presidente do Brasil mantém cargo com congresso votando contra acusações de corrupção” e ressaltou que “a credibilidade do congresso brasileiro foi deixada em frangalhos” após a votação desta quarta.
O jornal espanhol “El País” destacou que “O Congresso do Brasil salva Temer e impede que seja investigado por corrupção”, afirmando que os mesmos deputados que deram sinal verde para a saída de Dilma Rousseff do poder mantiveram seu sucessor “durante ao menos seis meses”.
O também espanhol “El Mundo” diz que “Deputados salvam Temer de sentar-se no banco” e explica que o presidente brasileiro foi denunciado perante o Supremo por corrupção passiva, mas que a Câmara arquivou a denúncia, acrescentando que ele consegue se manter no cargo, mas que “a crise política continua”.
O jornal argentino “Clarín” noticia que “Congresso do Brasil salva Temer e rejeita seu julgamento por corrupção”. A matéria foi publicada quando a votação atingiu os 172 votos favoráveis ao arquivamento, o mínimo necessário para que isso acontecesse.
A denúncia da PGR
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo crime de corrupção passiva. Além da condenação, Janot pediu a perda do mandato de Temer, “principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”. Por se tratar do presidente da República, a denúncia só teria continuidade no Supremo Tribunal Federal se tivesse autorização da Câmara. (AG)