Colunistas Relatório do impeachment pode ser conhecido antes do final da votação
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Não se trata do milagre da urna eletrônica: mesmo com a alteração na ordem de votação do relatório do impeachment neste domingo, existe a possibilidade de que uma diferença avantajada favorável ao processo, antecipe o placar, mesmo faltando os votos de Estados do Norte e Nordeste. Depois dos deputados de Roraima, quando for chamado o Sul, o deputado gaúcho Afonso Hamm (PP), favorável ao impeachment, será o primeiro nome chamado para votar domingo. O processo legal previsto pela Câmara dos Deputados foi alterado, para evitar a judicialização final.
Agora, pela nova ordem, serão chamados deputados de Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Ceará, Rio, Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.
Como vota o Sul
No Rio Grande do Sul, que deve dar a largada na votação, são 31 deputados federais: 22 a favor do impeachment, e nove contra. A última indefinição, do deputado Giovani Cherini (PDT) acabou ontem quando ele, contrariando decisão do seu partido, o PDT, anunciou que votará a favor do relatório do impeachment. No Paraná, dos 30 deputados, 21 são a favor do impeachment e cinco são contra. Outros quatro estão indecisos ou não disseram como vão votar.
Em Santa Catarina, dos 16 deputados, 14 são a favor da cassação de Dilma e dois são contrários. Seguindo essa ordem de chamada, quando for a vez dos deputados dos últimos Estados do Norte e Nordeste votarem no domingo, a oposição já terá pelo menos 208 votos a favor do impeachment, ou seja, 60% do necessário para aprovar a cassação de Dilma na Câmara. As regiões Sul, Centro Oeste e Sudeste têm, juntas, 30 parlamentares que ainda estão indecisos ou não declararam o voto, que podem ser influenciados pelo resultado favorável ao impeachment até este momento da votação.
Os gaúchos em 1992
A votação do impeachment de Fernando Collor em 29 de setembro de 1992 encontrou uma bancada federal gaúcha diferenciada. Há 24 anos, eram estes os parlamentares gaúchos que votaram a favor do impeachment: Adão Pretto (PT), Adroaldo Streck (PSDB), Adylson Motta (PDS), Aldo Pinto (PDT), Amaury Muller (PDT), Antônio Britto (PMDB), Arno Magarinos (Bloco), Carrion Júnior (PDT), Celso Bernardi (PDS), Eden Pedroso (PDT), Fernando Carrion (PDS), Fetter Júnior (PDS), Germano Rigotto (PMDB), Ibsen Pinheiro (PMDB), Ivo Mainardi (PMDB), João de Deus Antunes (PDS), Urge Uequed (PSDB), José Fortunati (PT), Luís Roberto Ponte (PMDB), Mendes Ribeiro (PMDB), Nelson Jobim (PMDB), Nelson Proença (PMDB), Odacir Klein (PMDB), Osvaldo Bender (PDS), Paulo Paim (PT), Raul Pont (PT), Telmo Kirst (PDS), Valdomiro Lima (PDT), Victor Faccioni (PDS) e Wilson Muller (PDT). Na Câmara dos Deputados, o relatório favorável a abertura do processo de impeachment de Collor foi aprovado por 441 votos a favor e 33 contra. Em 30 de dezembro, no Senado, por 76 votos a favor e 3 contra, Fernando Collor foi condenado à perda do mandato e à inelegibilidade por oito anos.
Legislativo, Judiciário, Executivo e MP atentos
A possibilidade de que prédios dos Poderes públicos como o Palácio Farroupilha, o Palácio Piratini, o Palácio da Justiça e mesmo o prédio do Ministério Público, junto à Praça da Matriz, sejam alvo, no domingo, de ataques de organizações criminosas, colocou em alerta a segurança destes poderes e instituições.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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