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Brasil Senador Renan Calheiros deixa a liderança do PMDB no Senado e faz ataques a Michel Temer

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"Não sirvo para ser marionete", declarou o peemedebista. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Crítico da reforma trabalhista e inimigo histórico do presidente Michel Temer dentro do PMDB, o senador Renan Calheiros (AL) anunciou na tarde dessa quarta-feira que deixou a liderança do partido no Senado. Em ataque direto ao chefe do Palácio do Planalto e à tentativa de impôr uma agenda ao Congresso Nacional, Renan disse que não tem “a menor vocação para marionete” e se declarou contrariado com o fato de o governo tratar o partido “como um departamento do Poder Executivo”.

O peemedebista aproveitou o momento para tornar a criticar a reforma trabalhista do governo. “Este governo não tem legitimidade para conduzir essas reformas complexas que, ao invés de resolver o problema, agravam”, afirmou.

Renan disse, ainda, que defende as reformas e que o Brasil precisa atualizar as legislações trabalhista e previdenciária, mas ressaltou aspectos dos projetos que, segundo ele, cassam direitos dos trabalhadores. “Votar a terceirização ampla e irrestrita sem passar pelo Senado e a reforma trabalhista sem que o Senado possa alterar uma linha é de mais.”

O senador também frisou que deixa a liderança do PMDB ciente de que fez críticas e sugestões ao governo mas que, em sua opinião, mais ajuda o governante quem faz críticas do que elogios.  “Convencido de que o problema para o governo sou eu, afasto-me da liderança. Vou exercer minha função com total independência”, disse.

Delação

Renan reviveu em seu discurso a gravação do delator Sérgio Machado e do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e tornou a dizer que Michel Temer é influenciado, ainda hoje, pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro do ano passado pela Operação Lava-Jato.

“Surgiu uma frase de Romero Jucá, que afirmou que o impeachment não saía porque eu, Renan, tinha certeza que o Eduardo Cunha mandaria no governo Michel Temer. Jucá disse que Cunha estaria politicamente morto. Antes fosse assim. Foi um ledo engano. Cunha permanece nomeando ministros, dando as ordens diretamente do presídio”, acusou.

Renan garantiu que, ao contrário do que dizem, ele não detesta Temer: “O que eu não tolero é a sua postura covarde diante do desmonte da consolidação do trabalho”. Ele encerrou o discurso dizendo que deixava a liderança sem qualquer traço de ressentimento com os demais colegas de bancada.

Bastidores

A notícia da saída de Renan já era conhecida desde a manhã. Discursos contrários ao governo na noite de terça-feira fortaleceram a movimentação na bancada do PMDB para que o líder fosse afastado. Após a votação da reforma trabalhista na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, prevista para o fim desta tarde, senadores do PMDB vão se reunir para escolher novo líder.

Em entrevista a jornalistas depois de seu pronunciamento, Renan afirmou que não terá uma postura de oposição, mas de independência em relação ao governo Temer. Segundo ele, fora da liderança ficará mais “à vontade” para criticar o governo.
“Deixei a liderança para ficar à vontade sem as limitações do cargo. Se eu fosse governante eu preferiria ser cercado por pessoas que fazem críticas, não por quem ficasse bajulando o governo”, afirmou o senador. “Nunca deixei de ser independente, até no governo Dilma eu fiz oposição.”

“Pessoas que queriam fazer as reformas trabalhista e da Previdência achavam que bastava tirar a Dilma (Rousseff) para resolver a economia. Mas não foi isso que aconteceu. Isso foi um erro”, afirmou o peemedebista.

Segundo Renan, que há algum tempo já havia adotado postura crítica às reformas propostas pelo governo,a sua defesa não será pela renúncia de Temer, mas de que o presidente encontre uma solução que ajude o País a sair da crise. “Não defendo a permanência pela permanência, nem a saída pela saída. Acho que ele precisa aproveitar a oportunidade para construir a transição e garantir avanços constitucionais.”

A decisão de se afastar da base de apoio a Temer envolve, ainda, pretensões eleitorais. Renan deve tentar se reeleger no Senado em 2018 e, para isso, terá que enfrentar a alta rejeição à gestão peemedebista no Planalto em Alagoas, seu Estado.

 

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https://www.osul.com.br/renan-calheiros-deixa-lideranca-pmdb-no-senado-com-ataques-temer/ Senador Renan Calheiros deixa a liderança do PMDB no Senado e faz ataques a Michel Temer 2017-06-28
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