Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2016
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não arreda o pé do prazo mínimo de dez anos para rever o teto dos gastos do governo. E concorda que seria um equívoco alterar as regras antes disso. Em entrevista na sexta-feira (28) em São Paulo,ele foi questionado se o abandono do teto antes da hora seria “suicídio”. O chefe da equipe econômica consentiu: “Ah, sim”.
A proposta de emenda constitucional que cria o teto de gastos foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora será examinada pelo Senado. Ela congela os gastos do governo, limitando sua correção à inflação do ano anterior. Em uma entrevista recente, o presidente Michel Temer sugeriu que o mecanismo poderia ser revisto em quatro ou cinco anos se a economia melhorar, mas Meirelles não polemiza com o presidente.
“Se a situação melhorar muito, o País voltar a crescer muito, o PIB [Produto Interno Bruto] crescer muito, o Congresso é soberano para mudar a Constituição”, disse o ministro, enfatizando a palavra “muito”. “Nossa previsão é que o tempo necessário são dez anos”, acrescentou.
Ele afirmou que o êxito do teto depende de uma reforma profunda para frear a despesa com a Previdência Social, a que mais cresce no Orçamento. “[Sem a reforma], o efeito seria um aumento de tributação, porque tem de pagar a conta”, destacou o ministro.
Sempre apontado como virtual candidato ao Palácio do Planalto em 2018, Meirelles diz não fazer concessões em nome de pretensões políticas. “Se vou ser candidato, não vou ser candidato, isso é conversa de político”, afirmou. (Folhapress)