Brasil Roubo de cargas aumenta custo de produtos em até 35%
Por Redação O Sul | 17 de março de 2017
A cada 23 minutos, um caminhão de carga é roubado no País. Além da óbvia perda material com os itens roubados – e do trauma sofrido pelos caminhoneiros –, esses roubos têm um impacto no bolso dos consumidores.
A violência leva a aumentos em cascata: dos seguros, dos custos das transportadoras e dos preços cobrados pelos produtores. Tudo isso se reflete no preço final ao consumidor. Estudo sobre o impacto econômico do roubo de cargas, divulgado na quinta-feira (17) pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), mostra que essas ocorrências podem elevar os preços dos produtos em até 35%.
O Estados de Rio de Janeiro e São Paulo respondem por 87,8% de todos os registros de roubos no Brasil. Os medicamentos integram o grupo de produtos com preço mais afetado pelo roubo de cargas no Rio de Janeiro, que concentra 47% das ocorrências do País. O custo repassado ao consumidor dos remédios vendidos no estado é de 30% a 35%, de acordo com a Firjan.
No caso de eletroeletrônicos – computadores e celulares são muito visados –, o impacto é de 30%. Nos alimentos, chega a 20%, enquanto em vestuário esse repasse fica entre 15% e 20%. Segundo a Firjan, o prejuízo no Rio chegou a R$ 619 milhões no ano passado.
Brasil perigoso
Em todo o País, o roubo de cargas causou um prejuízo de mais de R$ 6,1 bilhões de 2011 a 2016. Esse valor é 5,1 vezes maior que o investimento anunciado pelo governo federal, em dezembro do ano passado, para modernização e ampliação do sistema penitenciário brasileiro. Houve 97.786 ocorrências desse tipo no país durante esse período, de acordo com os dados do estudo do Sistema Firjan.
O presidente executivo da Asserj (Associação de Supermercadistas do Rio de Janeiro), Fábio Queiróz, afirma que há um risco iminente de falta de fornecimento de frango e carne. Ele complementa que a estimativa é que a alta do preço dos produtos mais visados pelos bandidos, em especial as carnes e bebidas, chegue a até 20%. (AG)
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