Mundo Rússia mostra força militar em comemoração do Dia da Vitória

Russos exibem novo tanque, o Armata T-14. (Foto: Yuri Kadobnov/AFP)

Milhares de soldados marcharam e dirigiram tanques pela Praça Vermelha, em Moscou, nesse sábado, comemorando os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Europa, com a vitória sobre a Alemanha nazista. A extinta União Soviética foi a principal responsável pela derrota do regime hitlerista.

O evento russo, com a presença de líderes de antigos países aliados da então União Soviética, foi boicotado pelos líderes ocidentais devido ao papel da Rússia na crise da Ucrânia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, usou a efeméride para vender patriotismo e fazer críticas ao Ocidente. A Rússia demonstrou o Armata T-14, novo tanque russo – especialistas consideram o Armata T-14 o melhor tanque da atualidade. Alguns dos soldados usavam uniformes da Segunda Guerra.

Embora os líderes ocidentais tenham se afastado das comemorações, Putin recebeu cerca de 30 líderes estrangeiros, incluindo o presidente chinês Xi Jinping, que sentou ao seu lado direito. O líder cubano Raúl Castro posou com Putin. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, compareceu. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os líderes da França e do Reino Unido deixaram de participar. Em uma marcha em Kiev, o presidente ucraniano Petro Poroshenko disse que Moscou estava tentando levar crédito pela vitória na Segunda Guerra às custas da Ucrânia.

sacrifício
“É preciso lembrar que foi o Exército russo que, após um assalto a Berlim, pôs um ponto final à guerra contra a Alemanha hitleriana”, declarou Putin, em um discurso perante os 16 mil soldados reunidos na Praça Vermelha, antes do início do gigantesco desfile militar. “A União Soviética participou das batalhas mais sangrentas”, continuou o presidente russo, referindo-se aos cerca de 27 milhões de soviéticos mortos na guerra. O sacrifício da União Soviética, que vivia sob o sistema socialista, foi fundamental para a vitória. O país foi invadido pela Alemanha em junho de 1941.

“Agradeço aos povos do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos por sua contribuição para a vitória. Agradeço aos (…) antifascistas que participaram dos combates contra os nazistas nas fileiras da resistência e na clandestinidade”, declarou, antes de fazer um minuto de silêncio pelas vítimas na chamada Grande Guerra Patriótica.

Putin desfila com retrato do pai. (Foto Nikita Shvetsov/Anadolu Agency)

Depois de encerrado a parada militar, Putin se uniu de improviso com um cortejo de 250 mil pessoas, que caminhavam pela Praça Vermelha. Muitos levavam fotos de familiares mortos durante a guerra. O presidente carregava a foto de seu pai, que lutou e foi gravemente ferido no conflito. “Acho que meu pai, assim como milhões de soldados rasos – e ele era um simples soldado – tinha todo direito de cruzar esta praça.”

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