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Mundo Saiba como a China faz para colocar uma muralha na internet e trancar tudo

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Governo chinês proíbe veiculação de informações falsas e alarmantes na rede.

Em um país onde todos os dias quase 600 milhões de internautas trocam mensagens e postam informações de todos os tipos, é cada vez mais difícil distinguir o que é boato do que é realidade. Por via das dúvidas, está proibido divulgar rumores em sites ou em redes sociais na China. A ordem é impedir que notícias falsas se espalhem pela internet criando pânico ou induzindo o cidadão comum ao erro. A iniciativa, reforçada pelo novo comando da web no governo chinês – a Agência de Administração do Ciberespaço da China – é mais um desdobramento da guerra que tem sido travada pelo governo na rede.

“Está proibido usar rumores para criar notícias ou usar conjecturas e a imaginação para distorcer fatos”, informou a agência. No início do ano, as autoridades já haviam fechado 580 contas em redes sociais, até de celebridades locais, que estariam espalhando boatos ou informações erradas, segundo dados da agência.
Nem mesmo a chamada “Grande Muralha da Internet”, conhecida pelo poder de filtragem de dados na rede da China, tem sido capaz de conter o fluxo deste tipo de informações.

Censura.
O medo de muitos especialistas, contudo, é que, em um país onde a informação é tão controlada, isto se torne mais um mecanismo de censura. O Global Times, jornal conhecido como um dos porta-vozes do Estado chinês, defendeu a medida e lamentou que a mídia no Ocidente a veja de maneira negativa. Declarou que defende a liberdade de expressão, porém seguindo a letra da lei. O texto lembrou que, como a China, outros países também estão diante do desafio de regular a internet. E destacou os planos anunciados recentemente pelos Estados Unidos de averiguar os perfis nas redes sociais de estrangeiros que queiram entrar no país como forma de combater a disseminação do terrorismo.

A internet se tornou um dos grandes campos de batalha pela informação do governo chinês para manter-se forte. De acordo com um estudo feito pelos professores Gary King, Jennifer Pan e Margaret Roberts, da Universidade de Harvard (EUA), as autoridades também têm feito questão de usar a rede em seu favor. Segundo o relatório “How the Chinese Government Fabricates Social Media Posts for Strategic Distraction” (“Como o governo chinês fabrica posts na rede social como tática diversionista”, em tradução livre), o governo estaria por trás de 488 milhões de comentários postados artificialmente nas redes sociais por ano. Metade das mensagens positivas estaria em sites do governo. A outra metade seria espalhada entre 80 bilhões de posts pelas mídias sociais. Ou seja, de acordo com os dados do documento, um em cada 178 posts nos microblogs da China viriam do governo. “Entendemos que o objetivo dessa imensa operação é tentar distrair o público regularmente e mudar o assunto, ainda que os posts tenham por objetivo enaltecer a China, a história revolucionária do partido e outros símbolos do regime”, diz o documento.

King afirma que o governo chinês tem uma maneira peculiar de lidar com a internet. Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas inundem as redes a partir de pseudônimos, com comentários que simulam opiniões de cidadãos comuns. Ele admitiu que há suspeitas de que outros governos e empresas façam o mesmo, embora as evidências sejam menos consistentes. “O governo [chinês] tem uma perspectiva incomum e fascinante sobre a forma de gerenciamento e aprendizado da opinião pública do seu povo.”

Funcionários do governo são pagos para inundar a internet.
Segundo King, no início, especulava-se entre ativistas, participantes de mídias sociais, jornalistas e acadêmicos que o movimento destas informações era feito por cidadãos comuns que recebiam dinheiro do governo: 50 centavos de yuan (quase 0,25 reais). “Mas descobrimos que não era nada disso. Na verdade, eram funcionários do governo com outras funções que recebiam também esta incumbência. O outro equívoco era achar que essas pessoas discutiam ou brigavam na rede. Elas distraíam com grande quantidade de dados coordenados, sobre tópicos irrelevantes, como símbolos do regime, feriados nacionais etc.”, destacou o professor. (AG)

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https://www.osul.com.br/saiba-como-a-china-faz-para-colocar-uma-muralha-na-internet-e-trancar-tudo/ Saiba como a China faz para colocar uma muralha na internet e trancar tudo 2016-07-19
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