Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Saiba o que o governo está preparando para economia brasileira neste segundo semestre

Compartilhe esta notícia:

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo prepara um pacote de ações voltadas para outros setores da economia que tem como objetivos garantir o equilíbrio econômico e fiscal, a competitividade e a melhoria dos serviços públicos ao cidadão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, finaliza os detalhes de uma apresentação que fará nos próximos dias na qual mostrará o plano do governo para o segundo semestre e a agenda econômica no longo prazo. Guedes pretende anunciar uma série de medidas, na tentativa de emplacar uma agenda positiva. As informações são do jornal O Globo.

Para especialistas, o pano de fundo da agenda pós-reforma é o quadro fiscal. A mudança nas regras de aposentadoria é condição necessária para ajustar as contas públicas, mas não resolve o problema. O país tem déficit desde 2014 e só deve voltar ao azul em 2022 ou 2023, segundo previsões.

O ministério, que quer evitar a palavra “pacote”, comum em gestões anteriores, prefere denominar as ações como uma agenda econômica dinâmica de longo prazo. Entre os três eixos básicos das medidas, serão anunciadas as linhas gerais do programa de privatizações, a reforma tributária e medidas administrativas.

A avaliação no Ministério da Economia é que a equipe não conseguiu ainda se comunicar com a sociedade sobre as metas e ações nas quais está trabalhando. No campo das contas públicas, a principal medida do governo é a reforma da Previdência, insuficiente para resolver o déficit fiscal no curto prazo.

Por isso, estão sendo planejadas privatizações, concessões e outras medidas para reduzir o rombo e diminuir a dívida pública – que deve chegar a 80% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim do ano. Guedes deve citar, mas não detalhar, uma possível redução do número de ministérios.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirma que o Orçamento de 2020 vai refletir um país que ainda tem um problema fiscal sério, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência. Ele pondera que outras iniciativas precisam ser tomadas, como suspensão de concurso público e congelamento de salário de servidor.

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, traça diagnóstico similar e vê um quadro dramático nas contas, sem espaço para gastar: “Nos próximos anos, não vai dar para ter concurso público ou reajuste do funcionalismo, e temos de torcer para o bom comportamento do PIB e da arrecadação. A reforma impediu o colapso, mas, infelizmente, as contas ainda ficarão deficitárias neste mandato.”

A economista Margarida Gutierrez, da Coppead, diz que, se o Brasil quiser estabilizar a dívida pública, terá de fazer esforço fiscal de R$ 300 bilhões, algo impossível numa tacada só por impor corte de gastos excessivos e aumento de impostos. Ela ressalta que 60% do gasto obrigatório têm reajuste automático pelo salário mínimo ou pelo INPC (índice de inflação medido pelo IBGE).

A indexação poderia ser atacada com a proposta de emenda constitucional (PEC) do pacto federativo (desvinculação do Orçamento).

O governo prepara justamente a revisão do pacto federativo, uma das grandes bandeiras do ministro da Economia desde a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Guedes quer descentralizar recursos para estados e municípios.

Ele pretende fazer com que algumas despesas hoje de execução obrigatória percam a vinculação. O discurso é que é preciso dar mais poder à classe política, com parlamentares comandando o Orçamento.

Para Raul Velloso, especialista em contas públicas, a tarefa, no entanto, não é fácil, principalmente quando se fala na desvinculação para o setor de saúde. Fabio Klein, da consultoria Tendências, identifica melhora do cenário após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, mas ressalta que o investimento público está no menor patamar histórico, e os gastos discricionários (que não são obrigatórios) estão no menor nível desde 2009. Ele pondera que a inclusão de estados e municípios no Senado é passo crucial para equacionar as contas públicas.

Outro foco do conjunto de ações do governo abrange medidas para racionalizar o andamento da máquina pública, com impacto de âmbito microeconômico, de busca de maior eficiência na gestão de recursos. Na área de produtividade e competitividade, Guedes afirma ser preciso “tirar o Estado do cangote brasileiro”, com medidas de desburocratização.

Nessa seara está incluída a abertura econômica, com ações como zerar impostos para importação de máquinas e equipamentos sem produção nacional. Só neste ano, o benefício foi concedido a 1.189 produtos. Para ampliar as possibilidades de importação, o governo quer critérios mais rígidos para classificar um bem sem similar nacional.

Outra área que será contemplada é a de governo digital. Guedes vai falar sobre medidas para melhorar o atendimento aos cidadãos, a partir da otimização e racionalização de serviços. Entre as ações está a unificação das unidades do INSS com as agências de atendimento ao trabalhador que antes estavam sob o guarda-chuva do Ministério do Trabalho.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

O preço da gasolina sobe nos postos após 12 semanas em queda; diesel também avança
Saiba por que, das principais datas comemorativas, o Dia dos Pais é uma das que menos gera expectativa para o varejo, sobretudo quando comparada ao Dia das Mães
https://www.osul.com.br/saiba-o-que-o-governo-esta-preparando-para-a-economia-brasileira-neste-segundo-semestre/ Saiba o que o governo está preparando para economia brasileira neste segundo semestre 2019-08-10
Deixe seu comentário
Pode te interessar