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| Saiba por que as medidas do governo e da Petrobras deixaram os caminhoneiros insatisfeitos

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Motivo do prazo são ajustes de detalhes técnicos pela equipe econômica, segundo ministro-chefe. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Na última semana, o governo impediu a estatal de aumentar o preço, o que resultou numa perda de R$ 32 bilhões em valor dos papeis da estatal. Na terça-feira (16), o governo federal havia anunciado um pacote de medidas em socorro aos caminhoneiros, em uma tentativa de remediar a situação. Apesar da insatisfação, líderes afirmam que não deve acontecer uma nova paralisação. O principal motivo é o fácil acesso que eles possuem ao Planalto, algo que não acontecia antes. A insatisfação dos caminhoneiros, no entanto, não está aplacada.

A Petrobras anunciou, na quarta-feira (17), um reajuste de R$ 0,10 por litro do óleo diesel, principal insumo para a atividade dos caminhoneiros. Com a alta, o litro do combustível passa a custar R$ 2,25 nas distribuidoras a partir desta quinta-feira — uma variação mínima de 4,5% e máxima 5,1% nos pontos de venda da companhia. Os caminhoneiros pressionavam o governo — que pressionava a Petrobras — a impedir a elevação do valor do combustível sob a ameaça de paralisação.

Os caminhoneiros devem voltar a forçar outras medidas do governo. Isso porque, apesar de a redução do preço do diesel ser o foco das reclamações dos caminhoneiros, não têm sido cumpridos os valores mínimos no tabelamento do frete. Essa foi a principal conquista da categoria — junto do subsídio ao combustível — após a paralisação no final de maio de 2018. Além disso, segundo os caminhoneiros, a linha de crédito não ajuda grande parte dos caminhoneiros, que está endividada, e também há um contingente excessivo de trabalhadores na área.

Os pilares do programa governamental, o investimento de R$ 2 bilhões em obras em rodovias e o lançamento de uma linha de crédito pelo BNDES para os caminhoneiros autônomos no valor de R$ 500 milhões, chegaram a ser chamados de esmola segundo um líder.

“Ele não atende a nossas expectativas porque, na verdade, foi iniciativa do governo. Nos sentimos lisonjeados por sermos lembrados. Não vamos tacar pedra no pacote, mas não resolve nossos problemas”, afirma Ivair Schmidt, líder do Comando Nacional dos Transportes. “Hoje, o principal problema, é o excesso de caminhões. A redução do diesel e o tabelamento de frete são relevantes, mas não retiram esse excesso do mercado”, explica. Segundo ele, a solução seria o cumprimento da jornada de trabalho, de oito horas por dia. “Essas medidas são manobras para retardar o que é necessário. Mas o governo está condicionando a fiscalização da jornada de trabalho à construção de pontos de parada.”

Ainda assim, Schmidt não acredita que haja uma nova paralisação. “A maioria dos caminhoneiros votou no Jair Bolsonaro. Além disso, há uma boa relação entre as lideranças da categoria em Brasília e o governo. Nunca fomos tão ouvidos antes”, afirma.

Preço do diesel

Outra reivindicação que, segundo a categoria, não foi contemplada no anúncio, é a redução do preço do diesel. A Petrobras divulgou a criação de um cartão-combustível que pode garantir crédito para caminhoneiros gastarem com combustível, mas ainda não disse de que forma isso vai ajudar a mitigar o impacto do preço do diesel. A redução do preço do derivado de petróleo é uma reivindicação de 51,3% dos caminhoneiros, segundo a pesquisa da CNT.

No último dia 11, o presidente Jair Bolsonaro impediu a Petrobras de aumentar o preço do diesel em 5,7%, como já havia sido anunciado pela companhia. A decisão resultou numa perda de R$ 32 bilhões em valor dos papeis da estatal. Na quarta-feira, houve reajuste. A estatal aumentou em R$ 0,10 o preço do litro do diesel — R$ 0,0192 abaixo do que havia sido determinado antes do impedimento.

Uma das principais reclamações da categoria diz respeito ao crédito. O governo anunciou uma linha de crédito específica para o caminhoneiro autônomo de até R$ 30 mil, para compra de pneu e manutenção de veículos. A linha, que está sendo desenhada pelo BNDES, terá R$ 500 milhões disponíveis na primeira liberação. Acontece que grande parte dos caminhoneiros está endividado.

Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgada em janeiro deste ano, mostra que 34,1% dos caminhoneiros têm pelo menos uma dívida vencida ou a vencer, no valor médio de R$ 32 mil. A situação dos autônomos é pior: as dívidas ultrapassam os R$ 35 mil.

Eles também afirmam que pegar crédito agora se transformaria em um grande problema a longo prazo. Isso porque, segundo eles, é difícil pagar os financiamentos com o baixo valor pago dos fretes e o preço alto do diesel.

Um caminhoneiro recebe hoje, em média, R$ 4.609,35 — os autônomos ganham, em média, R$ 5.011,39 mensais, e os empregados de frota R$ 3.720,56. O valor já desconta os impostos, encargos sociais, combustível, aluguel, manutenção etc.

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