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Economia Saiba por que o presidente da Venezuela quer matar o dono de um site nos Estados Unidos

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Página da internet estabelece taxa de câmbio de referência usada por venezuelanos para comprar e vender dólares no mercado negro (foto: reprodução).

O inimigo número um do governo revolucionário da Venezuela é Gustavo Díaz, um funcionário da rede de materiais de construção Home Depot Inc. no Estado americano de Alabama.

Em seu horário de almoço, Díaz, que tem 60 anos e trabalha no departamento de ferramentas, faz mais do que qualquer outra pessoa para definir o preço de todo tipo de produto em seu país natal, influenciando o índice de inflação e milhões de dólares em operações cambiais diárias.

Ele é presidente de um dos sites mais populares e insurgentes do país, o DolarToday.com, que estabelece uma taxa de câmbio de referência usada por seus compatriotas para comprar e vender dólares no mercado negro. Isso permite que eles evitem um dos sistemas de controle monetário mais rígidos do mundo.

O presidente socialista Nicolás Maduro acusou o DolarToday de liderar uma “guerra econômica” contra seu governo e prometeu prender Díaz e seus dois sócios, também venezuelanos que moram nos Estados Unidos. O banco central da Venezuela tentou duas vezes, sem sucesso, abrir um processo contra o site em tribunais americanos.

Gustavo Díaz influencia o índice de inflação e milhões de dólares em operações cambiais diárias na Venezuela (foto: reprodução).

Luta pela liberdade econômica
Coronel aposentado com treinamento nos EUA, Díaz tentou derrubar o predecessor de Maduro, Hugo Chávez, ao participar de um golpe fracassado em 2002. Ele era o vice-chefe de segurança do empresário que assumiu o poder por um curto período, no malfadado golpe.

Hoje, porém, ele diz que seus dias de conspiração já acabaram e que está lutando pela liberdade econômica e pelo acesso dos venezuelanos à informação, em um país que mantém dados financeiros em segredo. A Venezuela está enfrentando uma recessão brutal que torna difícil para a maioria de sua população, de 30 milhões de habitantes, comprar comida e remédios.

“É irônico que, com o DolarToday em Alabama, eu cause mais prejuízo ao governo do que causei como um militar na Venezuela”, disse. Díaz se mudou em 2005 para o Alabama. Depois de conseguir asilo político, ele virou cidadão americano.

Mercado negro
Cerca de 15 milhões de dólares trocam de mãos diariamente no mercado negro da Venezuela, mas Díaz diz que ganha pouco com o website, que tem acesso gratuito. Os três sócios fundadores da empresa – Díaz, um agente imobiliário de Miami (EUA) e um tecnólogo de supermercados de Seattle (EUA) – ganham 4,5 mil dólares por mês com a venda de anúncios e de dados de busca dos 800 mil visitantes únicos diários do site para o Google.

O DolarToday começou como um feed do Twitter que postava a taxa de câmbio no mercado negro da moeda venezuelana, o bolívar. Os sócios calculavam a taxa com base em pesquisas feitas com as casas de câmbio na cidade fronteiriça de Cúcuta, na Colômbia. A Colômbia é o único país que aceita o bolívar, uma moeda praticamente sem valor. O governo venezuelano controla o valor oficial do bolívar desde 2003 e proíbe qualquer pessoa de cotar taxas informais.

A conta de Twitter do DolarToday rapidamente superou os 2 milhões de seguidores, o que levou à criação do site, que mistura a cotação diária de câmbio com qualquer notícia negativa sobre o governo da Venezuela.

Os números da página refletem o colapso da economia do país: a taxa de cerca de 2 mil bolívares por dólar representa uma queda de 44% desde outubro. As taxas oficiais, dependendo do tipo de importação, são de 10 até 660 bolívares por dólar.

A taxa de câmbio do DolarToday é usada como referência pela maioria dos importadores venezuelanos que não conseguem obter moedas fortes pelos canais oficiais, segundo associações comerciais do país. No primeiro semestre do ano, mais da metade das importações privadas da Venezuela foram financiadas por dólares obtidos no mercado negro, de acordo com a consultoria Ecoanalitica, de Caracas.

tags: economia

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