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Mundo Saiba por que os filhos perdoaram os pais que os mantiveram por anos na “casa de horrores” na Califórnia

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Trancados em casa, filhos só saíam em viagens com a família. (Foto: David-Louise Turpin/Facebook)

Apesar do terror, dos castigos e das torturas a que eram submetidos, eles declararam em público que decidiram perdoar seus pais. Pelo menos dois dos 13 filhos do casal da Califórnia que submetia suas crianças, adolescentes e adultos a maus-tratos declararam, durante o julgamento, que amavam os pais e que, apesar de tudo, os perdoavam. As informações são da BBC.

David e Louise Turpin, de 57 e 50 anos, respectivamente, foram condenados à prisão perpétua. Eram acusados de tortura, abuso e prisão ilegal dos filhos, cujas idades iam de dois a 29 anos.

Em janeiro do ano passado, a polícia encontrou os filhos do casal trancafiados na casa da família em Perris, a 95 km de Los Angeles, depois que uma das filhas fugiu e denunciou os pais.

Muitos apresentavam problemas cognitivos e neurológicos, resultado dos castigos.

O casal se declarou culpado e admitiu ter abusado de 12 dos 13 filhos por pelo menos nove anos. Agora, podem passar o resto da vida presos – ao menos que consigam a liberdade condicional que poderá ser pleiteada depois que cumprirem 25 anos de pena.

David e Louise Turpin choraram ao ouvir o relato dos filhos que se manifestaram durante julgamento.

“Amo muito meus pais”, disse um deles, ao ler uma declaração. “Ainda que possa não ter sido a melhor maneira de nos criar, fico feliz pelo que fizeram porque me transformaram na pessoa que sou hoje”, assinalou.

Um outro filho relatou o trauma de ter vivido a experiência horrível: “Não sou capaz de descrever em palavras o que vivemos ao crescer ali”. “Ainda tenho pesadelos das coisas que aconteceram, como quando meus irmãos eram acorrentados ou apanhavam”.

O perdão dele, contudo, ficou claro: “Mas isso ficou no passado e é isto agora. Amo meus pais e os perdoo por muitas das coisas que fizeram com a gente”.

Nem todos os filhos, contudo, tiveram a mesma postura.

Uma das filhas disse tremendo: “Meus pais tiraram minha vida, mas agora estou me recuperando. Eu sou lutadora e sou forte.” “Eu vi meu pai mudar minha mãe, eles quase me mudaram, mas percebi o que estava acontecendo”, acrescentou.

Por meio do advogado, David Turpin disse que tinha boas intenções ao impor “educação e disciplina” aos filhos. “Nunca pretendi magoar meus filhos, amo meus filhos e acredito que meus filhos me amam”, declarou.

David Turpin trabalhava como engenheiro de duas das principais empresas norte-americanas que atuam na área de defesa, a Lockheed Martin e Northrop Grumman.

Louise disse à corte que era dona de casa e que estava “muito triste” pelo que fez. “Amo muito meus filhos. Eu realmente espero, ansiosamente, pelo dia em que eu possa vê-los, abraçá-los e dizer que sinto muito”.

O casal não demonstrou emoção enquanto o juiz os acusou tratar os filhos de forma “egoísta, cruel e desumana”.

“A única razão pela qual a punição é menor do que o tempo máximo é porque eles aceitaram a responsabilidade no estágio inicial do processo”, disse o juiz Bernard Schwartz, referindo-se à possibilidade de que a liberdade condicional seja concedida no futuro.

O juiz fez questão de falar sobre “humilhação” e os danos que os filhos do casal “sofreram naquela casa de horror.”

A fachada da casa da família, na Califórnia, oferecia uma aparência de ordem e tranquilidade. Mas o que se pensava ser apenas a residência de uma família de classe média nos EUA mascarava uma verdadeira casa de horrores.

Além da sujeira e do mau cheiro encontrado pelas autoridades, os filhos do casal estavam gravemente desnutridos e maltratados.

Um dos filhos, de 22 anos, foi encontrado acorrentado na cama. Suas duas irmãs tinham acabado de ser libertadas do mesmo castigo.

As vítimas eram proibidas de tomar banho mais de uma vez por ano, não podiam usar o banheiro e nenhuma delas havia ido ao dentista na vida.

O crescimento dos filhos mais velhos ficou comprometido pela má-alimentação – autoridades acharam que os 13 filhos eram crianças, mas havia adultos na família.

O áudio da chamada da filha de 17 anos que conseguiu escapar e pedir ajuda à polícia foi divulgado pela rede de TV norte-americana ABC. No relato, ela deixa claro a situação de horror e crueldade.

“Duas das minhas irmãs e um dos meus irmãos … estão acorrentados às suas camas”, disse a adolescente, que não sabia seu próprio endereço, à operadora do serviço de emergência. “Às vezes eu acordo e não consigo respirar porque a casa está muito suja.”

Ela não sabia dizer qual era o mês nem o ano, não sabia o significado da palavra “remédio”.

Todos os filhos dos Turpin, cujos nomes começam com a letra J, ficavam trancafiados em casa. Os pais só os deixavam sair em datas específicas, como o Halloween, ou em viagens com toda a família, como as que fizeram à Disney e a Las Vegas.

Cerca de 20 pessoas de todo os EUA, entre elas enfermeiras e psicólogos, se ofereceram para cuidar dos sete filhos maiores e das seis crianças.

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