Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2017
Enquanto o gigantesco ataque de um “vírus de resgate” corria de computador para computador, infectando dezenas de milhares de máquinas em todo o mundo, um especialista em tecnologia trabalhava em seu quarto na Inglaterra para interromper o desastre. Mas Marcus Hutchins não se considera um herói. O jovem de 22 anos, creditado como a pessoa que interrompeu o WannaCry, disse à agência de notícias Associated Press que luta contra os “malwares” porque “é a coisa certa a se fazer”.
Foi a primeira entrevista presencial de Hutchins, que trabalha para a Kryptos Logic, empresa de tecnologia com sede em Los Angeles (EUA). “Eu definitivamente não sou um herói”, reafirmou. “Sou apenas alguém fazendo minha parte para parar os botnets (aplicativos maliciosos que se espalham em redes).”
Nas primeiras horas do ciberataque, na sexta-feira (12), o entusiasta de computação e surfista, que vive com sua família em uma pequena cidade litorânea no sudoeste da Inglaterra, fez uma descoberta acidental: o registro de um endereço na internet era capaz de interromper o surto. Ele passou os três dias seguintes lutando contra o vírus que prejudicou os hospitais públicos da Grã-Bretanha, além de fábricas, agências governamentais, bancos e outros negócios em todo o mundo.
O WannaCry paralisou computadores com versões mais antigas do Microsoft Windows, criptografando arquivos de computador dos usuários e exibindo uma mensagem exigindo um “resgate” de até 600 dólares. Hutchins achou a solução quando estava analisando uma amostra do código mal-intencionado e percebeu que estava vinculado a um endereço da web não registrado. Ele então registrou o domínio e, com isso, descobriu ter impedido o vírus de se espalhar.